Lateral Edilson chora em entrevista e pede união para ajudar Venezuela
O lateral direito Edilson, do Cruzeiro, foi às lágrimas na tarde de hoje, quando concedeu uma entrevista coletiva na Toca da Raposa. O jogador foi questionado sobre a situação da Venezuela, país que enfrenta uma grave crise econômica, política e social. Na noite de amanhã, o time mineiro enfrentará o Deportivo Lara pela Libertadores. Ao falar sobre o assunto, o lateral não escondeu sua comoção.
"A gente fica muito chateado com tudo que vem acontecendo. Tenho filho, família, a gente vê que é uma situação muito difícil que eles vivem. Que eles possam encontrar forças e que nossas autoridades possam ajudar de alguma forma porque é uma situação muito complicada. Eu acredito que eles vão encontrar forças para jogar", iniciou.
"E que possam ter mais campanhas. O futebol é tão grande. Que a gente possa se unir, não só o Brasil, mas Argentina, outros países, para ajudar outro país, que é nosso coirmão, e está passando um momento tão difícil", acrescentou.
Por causa da crise no país, o jogo do Cruzeiro contra o Lara precisou ser adiado por duas vezes. A partida seria realizada no dia 13, mas foi remarcada para o dia seguinte. Mas a delegação da equipe venezuelana sequer conseguiu sair do país, que, entre outras dificuldades, sofre com a falta de energia. Os compromissos do campeonato local também chegaram a ser paralisados pela confederação. Ciente das dificuldades, a Conmebol remarcou a partida contra o Cruzeiro para amanhã às 21h30.
Apesar de já estar em solo mineiro, a viagem do Deportivo Lara para o Brasil também não foi fácil. Primeiro, a delegação teve que sair de Caracas para Lima, no Peru, ainda no domingo. De lá, pegaram um voo para São Paulo na segunda-feira, e só então seguiram para Belo Horizonte, desembarcando no Aeroporto de Confins no final da noite de ontem. Na bagagem, alguns materiais foram extraviados, e o clube só os recebeu hoje pela manhã, a tempo de realizarem um único treinamento na Cidade do Galo, CT do Atlético-MG.
"A gente se coloca no lugar, em vir de uma família humilde. Meu pai faleceu quando eu tinha 7 anos e minha mãe fez de tudo para que eu não pudesse passar fome e não faltar nada em casa. A gente vê, na própria Venezuela e no Brasil também, muitas dificuldades. Vendo as histórias, os relatos na Venezuela, não terem água, alimento, isso nos deixa muito triste. Nosso futebol é tão gigante que a gente poderia se unir cada vez mais para ajudar uma causa que é tão nobre", concluiu.
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