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Mecenas e Defensor Sporting ainda cobram Cruzeiro por compra de Arrascaeta

Contratado pelo Cruzeiro em 2015, De Arrascaeta está no Flamengo desde janeiro deste ano - Alexandre Vidal/CR Flamengo
Contratado pelo Cruzeiro em 2015, De Arrascaeta está no Flamengo desde janeiro deste ano Imagem: Alexandre Vidal/CR Flamengo

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

30/03/2019 04h00

Mesmo depois de receber 13 milhões de euros (R$ 56,7 milhões na cotação atual) pela venda de Giorgian De Arrascaeta ao Flamengo, o Cruzeiro ainda é cobrado pelo Defensor Sporting, do Uruguai, e pelo patrocinador Pedro Lourenço.

O clube uruguaio exige o pagamento de 1,2 milhão de euros (R$ 5,24 milhões na cotação atual) pela aquisição do atleta em janeiro de 2015.

"Não nos pagaram ainda. A dívida é de 1,2 milhão de euros", disse Richard Marchelli, gerente do Defensor Sporting, por meio de mensagem telefônica, ao UOL Esporte.

A cobrança é feita na Corte Arbitral do Esporte (CAS). Na primeira instância, o tribunal da Fifa já havia dado razão aos uruguaios. Os mineiros, entretanto, recorreram da decisão. O CAS é responsável pela última instância na justiça desportiva.

Mecenas também diz que tem R$ 8 mi a receber

O Defensor Sporting não é o único credor do Cruzeiro pela aquisição de Arrascaeta, ocorrida em 2015. Pedro Lourenço, proprietário do Supermercados BH, também cobra uma dívida antiga da diretoria. O patrocinador do clube desembolsou 2 milhões de euros (R$ 6 milhões à época) para ajudar os mineiros na contratação do atleta.

À época, ficou acertado que ele teria 25% dos direitos econômicos do meia-atacante. Desta forma, Lourenço teria metade dos 13 milhões de euros (R$ 56,7 milhões na cotação atual) pagos aos mineiros. O dono da rede de supermercados ficaria com 6,5 milhões de euros (28,4 milhões na cotação atual) do acordo.

No entanto, durante a negociação para a venda ao Flamengo, Wagner Pires de Sá, presidente da Raposa, se sentou com o empresário para se acertar sobre valores. Na ocasião, Pedro Lourenço aceitou embolsar apenas o valor investido, desde que houvesse correção monetária. Como ele havia desembolsado R$ 6 milhões em 2015, o valor corrigido supera a casa dos R$ 8 milhões.

Procurado para falar sobre o assunto, o presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, tergiversou: "Não, ele não se sentou comigo. Na época da venda, eu estive com ele falando que iria vender. Eu não sei, tem que olhar com o departamento financeiro para ver como está a situação. Eu não sei. Na época, eu comuniquei a ele que iríamos vender, porque ele tem uma parcela do Arrascaeta", afirmou ao UOL.

"Eu me sentei com ele dizendo só que iria vender. A tratativa de como é que é, quanto ele deu, como ele deu, tem que ver com o povo do financeiro e do futebol. Eu não tenho esses detalhes", acrescentou.

Questionado se o pagamento já foi feito, o dirigente mostrou desconhecimento: "Isso tem que ver no departamento financeiro. Eu estou fora disso, tem que ver com eles, não sei como foi isso não".

Em janeiro deste ano, por meio de entrevista coletiva, Itair Machado, vice-presidente de futebol, se pronunciou sobre a negociação feita com Pedro Lourenço e também explicou o que pretendia fazer com a dívida contraída com o Defensor Sporting, citando ainda o débito pela aquisição de Gonzalo Latorre.

"Ontem, o presidente (Wágner Pires de Sá) se reuniu com o investidor, e o investidor concordou em receber dois milhões de euros, então vai sobrar 11 milhões de euros (R$ 47 milhões). O que o Cruzeiro vai fazer? Vamos priorizar já pagando, no recebimento, a dívida do Mancuello", disse em 10 de janeiro passado.

"O Cruzeiro vai priorizar fazer acordo para tirar dívida da Fifa, fazendo acordo com o Defensor e o Atenas, desde que eles aceitem o valor real. Por exemplo, US$ 4 milhões no Latorre. A gente sabe que foi rolo, tem alguém levando isso. Tem alguém pagando propina no meio de venda. O Cruzeiro vai pagar o valor real, que seria um preço embutido no Arrascaeta. É a proposta que o Cruzeiro vai fazer. Se o Atenas não aceitar, o Cruzeiro vai procurar o órgão internacional para fazer a denúncia dessa venda. Você não pode comprar um cara que não é jogador por US$ 4 milhões", acrescentou.

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