Caso Gallardo vive: Grêmio e River quebram hábito pré-jogo na Libertadores
Grêmio e River Plate não esquecem a confusão protagonizada no segundo jogo da semifinal da Libertadores de 2018, quando Marcelo Gallardo descumpriu punição aplicada pela Conmebol e foi ao vestiário para liderar a virada dos argentinos em Porto Alegre. Cinco meses depois do 'caso Gallardo', os dois clubes não mantiveram diálogo e vão quebrar um hábito pré-jogo do torneio.
Na era moderna da Libertadores, é rotina que o time visitante chegue à cidade da partida com antecedência e faça treinamento leve. A atividade, via de regra, ocorre nas instalações de um rival da equipe mandante do duelo. Não vai ser assim agora.
Adversário do Inter na terceira rodada do grupo A, o River Plate não vai treinar em Porto Alegre. A delegação desembarca no Rio Grande do Sul no meio da noite de terça-feira, menos de 24h antes de a bola rolar no Beira-Rio.
Segundo apurou o UOL Esporte, o River não chegou a solicitar ao Grêmio o uso do CT Presidente Luiz Carvalho. O clube negociou a reserva do ecoresort Vila Ventura, em Viamão, para aproveitar o isolamento com gramados à disposição. Acabou fechando estadia em hotel próximo ao aeroporto Salgado Filho.
O Grêmio, por sua vez, analisou o regulamento da Libertadores e normativas da Conmebol para saber se, caso fosse procurado, seria obrigado a ceder a estrutura. A análise dos artigos resultou a interpretação de que não existe obrigatoriedade em acolher equipes com jogos na cidade. A conclusão foi repassada a todos os departamentos do clube gaúcho.
Em Buenos Aires, o River Plate afirma que decidiu montar a logística sem treino no Brasil pelo desgaste. No final de semana, o time atuou em Córdoba, no interior da Argentina. Em 2018, contudo, o grupo treinado por Marcelo Gallardo usou as instalações do Inter às vésperas da semifinal diante do Grêmio.
O histórico recente de partidas em Porto Alegre, pela Libertadores ou Sul-Americana, mostra que é raro um adversário atuar contra a dupla Gre-Nal sem treinar na cidade na véspera da partida. O Barcelona de Guayaquil, que encontrou o Grêmio na semifinal da Libertadores de 2017, só não o fez pelas dificuldades com voo fretado desde o Equador.
O 'caso Gallardo' chegou a levar o Grêmio aos tribunais. O clube gaúcho foi ao Paraguai solicitar à Conmebol os pontos da partida da semifinal. Em campo, o time de Renato Gaúcho saiu na frente com Leonardo e tomou a virada com os gols de Borré e Pity Martínez, de pênalti. A alegação dos dirigentes gaúchos para pedir a eliminação do River Plate foi de que Gallardo teve influência direta na partida e durante suspensão que vetada presença do técnico no vestiário. O Tribunal Disciplinar não acolheu o pedido brasileiro, mas puniu o treinador.
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