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Após falhas, Buffon vira reserva no PSG e vê fim de carreira melancólico

Buffon no chão após gol sofrido em derrota do PSG contra o Manchester United na Champions League - Franck Fife/AFP
Buffon no chão após gol sofrido em derrota do PSG contra o Manchester United na Champions League Imagem: Franck Fife/AFP

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris (FRA)

03/04/2019 04h00

Em silêncio, o PSG agiu para poupar Gianluigi Buffon de perseguição da torcida por conta da atuação ruim na eliminação para o Manchester United, nas oitavas de final da Liga dos Campeões. Aos 41 anos, o ídolo italiano passou à condição de reserva e já completa quase um mês sem atuar na França. Uma nova chance é aguardada nesta quarta-feira, diante do Nantes, pela semifinal da Copa da França, no Parque dos Príncipes, em Paris.

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Mas Buffon ainda tem o aproveitamento no jogo visto como incerto. O campeão da Copa de 2006 foi o titular do time no último compromisso nesta competição, na vitória por 3 a 0 contra o Dijon, em 26 de fevereiro. No entanto, após o fatídico duelo contra o Manchester United no começo de março, somente o francês Alphonse Areola defendeu a meta nos três jogos seguintes, quebrando assim um rodízio entre os dois.

A fase de Buffon em segundo plano, somada às recentes críticas de imprensa e torcedores, causam uma sensação de proximidade do fim da carreira. O contrato do veterano italiano com o PSG termina ao fim da atual temporada.

"Tem gente dentro do PSG que ainda é favorável a contratar outro goleiro. Acontecendo, seria um novo titular. Isso acarretaria em aposentadoria do Buffon ou aceitação de uma reserva, pois não é possível que ele e Areola aceitem ficar por aqui vindo um novo jogador da posição", alertou Frederic Goulard, repórter do jornal francês Le Parisien.

O que ainda pesa contra Buffon é o fato de Areola ter grande apreço com os torcedores. O goleiro é formado nas categorias de base do PSG e é campeão do mundo com a França - foi um dos reservas de Hugo Lloris na Rússia, em 2018.

Buffon convive com críticas em Paris

"Uma noite insegura do goleiro. Não justificou a contratação com falhas básicas", apontou o jornal esportivo francês L'Equipe após a eliminação para o Manchester United. A publicação apontou o veterano como o pior em campo na oportunidade, com a nota 2.

O que prejudica a relação de Buffon com o torcedor é que a avaliação baixa na mídia tornou-se algo rotineiro. Os conceituados L'Equipe e Le Parisien têm média ao redor de 5.5 em notas para as atuações do goleiro do PSG. No total, são 20 jogos realizados e 13 gols sofridos na temporada.

"O Buffon é espetacular. Todos aqui gostam da maneira como ele trabalha, e a relação entre ele e Areola é excelente. Nós não temos o que reclamar, e ele já provou ter talento o suficiente para superar qualquer adversidade", destacou Thomas Tuchel, treinador do PSG, recentemente.

Os pedidos de entrevista do goleiro italiano são negados pelo PSG no atual momento. O clube tenta preservar a imagem de uma lenda do futebol, sem deixar claro se conta com uma renovação contratual. Uma prorrogação do vínculo, neste momento, parece estar relacionada mais a aspectos fora de campo.

"O PSG jamais escondeu o peso que ele tem como um garoto propaganda do Qatar. Já faz até ações pensando na Copa de 2022 [que será disputada no país do Oriente Médio]. Agora, é inegável que ele tem grande apelo no grupo, muito respeito e ajudou bastante com a experiência em vestiário", destacou o jornalista Florent Tourchet, da revista France Football.

Um dos casos do tato de Buffon sempre citado como valioso pela mídia francesa foi uma conversa que o goleiro teve para controlar o nervosismo de Kylian Mbappé, após o jovem ser advertido publicamente por Thomas Tuchel, em razão de atrasos em reuniões do elenco antes dos jogos.

"Tem horas que ouvir o Buffon é melhor do que ouvir qualquer dirigente. O Mbappé ali escuta um ídolo e abaixa a cabeça, sabe respeitar", comentou o jornalista Frederic Goulard.