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Fla e Flu vão administrar Maracanã por 6 meses, anuncia Governo do RJ

Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/04/2019 12h56

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, anunciou nesta sexta-feira (5) que o consórcio composto por Flamengo e Fluminense foi o escolhido para administrar o Maracanã pelos próximos 180 dias (seis meses) - até outubro de 2019 - em prazo que pode se estender por até um ano.

Os dois clubes vão bancar todas as despesas de manutenção do estádio, e ainda pagar R$ 230 mil mensais para o governo. Enquanto isso, o governo fará uma licitação para determinar quem terá a concessão do Maracanã pelos próximos 35 anos.

"Após um processo transparente, um processo ético, o Maracanã está sendo devolvido ao futebol do Rio de Janeiro. Os vencedores: foi apresentada uma proposta pelo Flamengo e Fluminense que vai administrar o estádio por 180 dias, prorrogáveis por mais 180 dias dias. É o tempo que teremos para fazer nova licitação para parceria público-privada, essa sim por mais 35 anos", afirmou o governador Wilson Witzel, em vídeo nos canais oficiais do governo.

Veja as condições para o acerto

A proposta vencedora prevê que Flamengo e Fluminense vão custear todas as despesas de manutenção do Maracanã. O valor estimado é de R$ 28 milhões por ano nas operações feita pela Odebrecht.

Além disso, os dois clubes vão ter de pagar R$ 167 mil mensais para o governo do Estado. E tem de repassar 10% da receita líquida da visitação do estádio, com um mínimo R$ 64 mil.

Há ainda uma condição de dar acesso ao estádio para Vasco e Botafogo sem preferência para os dois clubes que compõem o consórcio. Em compensação, Flamengo e Fluminense poderão explorar outras receitas do Maracanã.

Em nota, o governo do Rio confirmou as condições. "Para gerir o Complexo Maracanã, o consórcio vai pagar R$ 166.666,67 por mês ao Estado. Esse valor será revertido para a manutenção da área do Estádio de Atletismo Célio de Barros e do Parque Aquático Júlio Delamare. Além disso, 10% da receita líquida decorrente do tour do Maracanã serão repassados aos cofres públicos, com obrigação de garantia de arrecadação mínima de R$ 64 mil mensal. Todas as contas de manutenção do Complexo Maracanã serão pagas pelo permissionário. Uma das mudanças mais significativas para os clubes de futebol diz respeito ao preço das partidas. O permissionário vai cobrar R$ 90 mil de aluguel para o mandante de jogo - mesmo ele sendo Flamengo ou Fluminense. O valor é 25% mais barato do que o aluguel mínimo cobrado pela concessionária atual. Toda a receita da bilheteria e comercialização de alimentos e bebidas também vão para o mandante da partida. Os custos operacionais de jogo continuam sendo do mandante", explicou o documento.

"O governo tem plena confiança nos clubes. Essa é uma nova era para o futebol do Rio e para milhões de torcedores apaixonados por futebol e pelo Maracanã", comentou o secretário de Estado de Esporte, Lazer e Juventude, Felipe Bornier.

Odebrecht sairá em 18 de abril

O governo anunciou a saída da Odebrecht do Maracanã em março, alegando falta de pagamento de valores devidos ao Estado. Essa retirada vai ocorrer até o dia 18 de abril. Com isso, foi aberto processo de concorrência para a gestão provisória.

Inicialmente, as regras do governo impediam que clubes assumissem o estádio porque tinha exigências financeiras inviáveis para as agremiações. Essas regras foram modificadas e possibilitaram que o Flamengo e o Fluminense apresentasse uma proposta conjunta, na última quinta-feira.

O Vasco ficou de fora e protestou contra essa iniciativa, alegando que o Flamengo quer mais poder na gestão do estádio. Seu presidente Alexandre Campello ameaça ir à Justiça para tentar barrar.