Associação acusa Federação carioca de manipulação de resultados
A Associação Nacional dos Ex-Árbitros de Futebol do Brasil (ANEAB) entrou com uma ação ontem (8) contra a Federação de Futebol do Rio de Janeiro, no Tribunal de Justiça (TJ-RJ), onde oferece uma denúncia de manipulação da arbitragem no Campeonato Carioca.
O órgão acusa a Ferj de "(...)criar uma engenharia que controla simultaneamente a representação da arbitragem (sindicato), a fonte pagadora (cooperativa) e a organizadora das escalas dos profissionais para cada partida no Carioca (...)".
No texto, a ação conclui que "(...) ao estabelecer domínio ao mesmo tempo no sindicato, na cooperativa e no Coaf (Comissão de Arbitragem do Futebol do Rio de Janeiro), a ré acabou com a autonomia dos árbitros e assistentes de arbitragem de futebol no estado (...)".
Também avalia que "(...) fazendo uso do Coaf-RJ, escala os árbitros, em contrariedade com seu próprio regulamento de arbitragem, para 'fazer o jogo' que lhes interessa (...)".
A Ferj, por meio de nota oficial, negou as acusações e disse que seu departamento jurídico irá combater o que chamou de "onda de leviandade, mentiras e acusações infundadas":
"A FERJ não faz parte, não tem e nunca teve nenhuma ingerência em sindicatos ou associações de qualquer espécie, cujas composição e gestão são exclusividade dos membros que as compõem. O departamento jurídico da FERJ está tomando as providências que se fazem necessárias para interromper essa onda de leviandade, mentiras e acusações infundadas".
O documento acusa também Jorge Rabello, presidente da Coaf-RJ, de ser o cabeça do suposto esquema, mas o dirigente se mostra tranquilo quanto às acusações.
"Efetivamente ainda não fui chamado para nada, mas isso eu diria que não tem nada de novo. Em 2011 fizeram 62 denúncias na época baseados em declarações do presidente do Americano, o promotor foi o Rodrigo Terra, a federação respondeu a todos os questionamentos e o inquérito foi arquivado. A federação já está tomando as providências", declarou Rabello ao UOL Esporte.
Entre as providências ao qual o presidente da Coaf-RJ se refere está o contato feito junto a Delegacia de Defraudações da Polícia Civil.
Associação aponta "time de Rabello" na arbitragem
Ainda na ação, a associação aponta um suposto "time de Rabello", formado por 13 profissionais de arbitragem que teriam feito parte de mais de 70% dos jogos do Campeonato Carioca de 2015 a 2018. O presidente da Coaf-RJ, porém, acredita que, com os adventos da internet e das transmissões, não há como serem feitas manipulações.
"Sendo bem sincero, não consigo entender. Hoje está tudo muito fácil. Os jogos são quase todos transmitidos nos veículos de comunicação ou pela própria Ferj. Hoje as coisas estão muito claras. Esses tipos de atitudes são sempre as mesmas. A Ferj já fez a parte dela: colocou para a Delegacia de Defraudações e para o Tribunal de Justiça Desportiva. Em ambas ainda não fui chamado, mas se for, irei com tranquilidade, sem nenhum problema, porque estamos há 12 anos aqui. O trabalho tem muita credibilidade, transparência", declarou o dirigente.
A Ferj, por sua vez, diz que "a escala obedece os critérios da lei":
"As escalas obedecem aos critérios previstos na Lei e contempla o critério técnico. A presidência e a diretoria da FERJ não têm e nunca tiveram qualquer participação em escalas de árbitros que é de competência exclusiva da Comissão de Arbitragem".
O "time de Rabello" citado pela ANEAB é formado por: Daniel de Souza Macedo, Daniel Wilson Barbosa de Castro, Edson Alves de Carvalho, Eduardo de Souza Couto, Flavio Manoel da Silva, Jackson Lourenço Massara, João Baptista de Arruda, Leonardo Garcia Cavalero, Lilian da Silva Fernandes, Marcio Moreira de Queiroz, Rodrigo Cavalães de Miranda, Wagner de Almeida Santos e Wagner Magalhães.
Suposta falta de pagamento aos árbitros
Outro ponto citado na ação da associação seria uma falta de pagamento aos profissionais de arbitragem. O documento traz uma suposta mensagem de Whatsapp que, segundo os denunciantes, seria do presidente da Ferj, Rubens Lopes, destacando possíveis atrasos em vencimentos de 2018 e 2019. A entidade, no entanto, negou os débitos:
"Não há na história da gestão do presidente Rubens Lopes árbitro que não receba o que tem direito".
*Atualizada às 16h23
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