Quem é o corintiano cadeirante erguido na Arena em foto que viralizou
Veterano em estádios de futebol, o cadeirante Alan Pereira, 27, viveu o seu momento mais emocionante como torcedor do Corinthians na última quarta-feira (3). Nos minutos finais do jogo contra o Ceará, ele foi erguido ainda na cadeira de rodas por um grupo de corintianos no setor norte da Arena.
Do alto, assistiu aos lances derradeiros da partida. A iniciativa partiu dos torcedores que estavam ao seu redor, pouco depois de o time corintiano sofrer um gol no duelo - apesar disso, eles aparecem empolgados na foto. Como Alan estava encoberto e sem chances de ver o campo, o plano foi colocado em prática para que ele pudesse ver o Corinthians em ação.
"Eu fico na área destinada aos deficientes, mas naquele jogo resolvi descer para ficar mais perto da bateria. Estava difícil para ver o jogo, e me perguntaram se eu queria ficar no alto. Logo depois já veio um monte de gente para me erguer. Eles ficaram revezando até o jogo acabar. Eu nem pensei muito no que estava acontecendo, estava naquela adrenalina louca do jogo. Foi emocionante", contou Alan em entrevista ao UOL Esporte.
Alan é cadeirante desde 2010. Naquele ano, ele sofreu um acidente de moto na Via Dutra, ao lado de um amigo - ele estava na garupa quando aconteceu a fatalidade. Alan chegou a ficar em coma por 15 dias, mas conseguiu se recuperar.
Em seguida, ainda no hospital, teve pneumonia e demorou mais duas semanas para ter alta. Com um impacto da queda, Alan lesionou a vértebra T5. Por isso, o torcedor corintiano perdeu os movimentos da cintura para baixo.
Fanático por futebol e frequentador assíduo do Pacaembu, Alan ficou dois anos afastado dos estádios. "Só depois que consegui fazer as coisas sozinho eu voltei a ir", disse o torcedor, que é sócio da Gaviões da Fiel e se dedica ao halterofilismo.
Alan é aposentado e mora com a mãe e a irmã na Vila Matilde, bairro da zona leste de São Paulo, mesma região da Arena Corinthians. Como vive próximo ao estádio corintiano, Alan passou a ter mais facilidade. Para chegar à Arena, ele pega um ônibus até o metrô que fica a três estações de Itaquera. Normalmente ele vai sozinho e encontra os amigos já na entrada da Arena - cinco o acompanhavam na última quarta.
Apesar de buscar sempre uma atividade, Alan tem de enfrentar limitações e a falta de acessibilidade. Na sua casa, por exemplo, há 13 degraus logo na entrada. Por isso, ele precisa ser carregado. Nem isso o afasta do esporte, pois Alan tenta treinar todos os dias, seja no Centro Paralímpico ou numa academia de uma amiga.
Toda essa história de luta foi relembrada no momento em que foi carregado na Arena Corinthians. "Quando me levantaram veio um filme à cabeça de tudo o que aconteceu nos últimos oito anos, de como eu cheguei até ali. Só tenho que agradecer aos torcedores e ao clube", afirmou.
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