VAR desagrada São Paulo e Corinthians com demora 3 vezes maior que a ideal
A primeira final do Campeonato Paulista, o 0 a 0 entre São Paulo e Corinthians ontem, acabou marcada ontem pela demora do árbitro assistente de vídeo. A revisão de um lance parou a partida por quatro minutos, o que irritou muitos torcedores no Morumbi e frustrou as expectativas compartilhadas pela Federação Paulista de Futebol (FPF) na semana passada.
Ontem, aos 48 minutos do segundo tempo, o corintiano Henrique foi puxado por Hudson dentro da área e caiu. A princípio Luiz Flávio de Oliveira assinalou o tiro de meta, mas em seguida passou a ouvir o VAR sobre o possível pênalti. Foram quatro minutos de paralisação, até que a bola voltasse a rolar. A decisão foi pelo "não pênalti": Vagner Love estava em posição de impedimento no lance, o que em tese anularia a infração.
Em resumo, a utilização do árbitro assistente de vídeo interrompeu a final estadual por quatro minutos. A demora é um balde de água fria nas intenções da FPF, que dias antes havia deixado clara a intenção de reduzir o tempo de revisão dos lances pelo VAR. Ainda que o mantra seja que "a precisão é mais importante do que o tempo", o atraso chamou a atenção.
"Temos certa insegurança para acertar. Por isso a equipe acaba fazendo uma vez mais para ter certeza. O processo é esse. Dá para adiantar, mas a questão da insegurança atrasa a decisão", disse na última quarta-feira (10) o presidente da comissão de arbitragem da FPF, Ednilson Corona.
Na ocasião, Corona revelou que as equipes do VAR teriam rotina diferente nos dias das finais, inclusive encontrando os árbitros de campo na concentração antes dos jogos. A FPF então admitiu que "o próximo passo" na evolução da tecnologia seria diminuir o tempo de decisão, visto que alguns lances revistos no mata-mata demoraram o dobro do tempo considerado ideal pela Fifa (1 minuto e 15 segundos). Ontem, o puxão em Henrique demorou três vezes mais do que isso.
Após o clássico, os treinadores de São Paulo e Corinthians foram cautelosos quanto à demora do VAR. "Temos que ter paciência, porque o VAR vem para corrigir injustiças. Mas eles têm que agilizar a decisão. Se falta um minuto e você fica parado quatro, já praticamente engole aquele minuto que faltava; o jogador esfria", explicou Cuca, cujo discurso foi engrossado por Fábio Carille. "Temos que entender que é o primeiro ano [de implantação do VAR], e alguns equívocos vão acontecer", resumiu o corintiano.
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