Abel tem momento de alegria após perda do filho e susto com coração
"Esta parte da minha vida... Esta pequena parte da minha vida... Chama-se felicidade". A frase narrada por Will Smith no filme "À Procura da Felicidade" se encaixa perfeitamente no momento vivido pelo técnico Abel Braga. O título do Campeonato Carioca é uma fagulha de alegria em meio ao breu em que se encontra o comandante do Flamengo.
Desde julho de 2017, quando o treinador perdeu o filho João Pedro, de apenas 18 anos, o treinador tem encarado uma barra pesadíssima. Soma-se a isso a estressante rotina de um técnico de futebol e o resultado foi uma arritmia no fim de março, quando teve que passar por uma cirurgia no coração.
O susto não o fez mudar drasticamente sua rotina. Voltou a treinar o Flamengo dias depois e passou a encarar novamente a pressão de estar à frente de um dos maiores clubes do Brasil. "E o Arrascaeta?", "Por que a insistência no Vitinho?" ou "Só não tira o Everton Ribeiro".
Indagações e cobranças que o treinador teve que responder por várias oportunidades mesmo quando sabia que estava fazendo o melhor para o Flamengo dentro de suas convicções. Campeão estadual, do Brasil, da América do Sul, do mundo. O impecável e pesado currículo não foi suficiente para que Abel Braga tivesse confiança da torcida, que vaiou e xingou no primeiro momento de dificuldade na temporada.
Insistiu. Até porque Abel Braga é desses. Dificilmente será vencido pela maioria ou passará a fazer algo que não acredite. Morre com suas convicções. Elas foram suficientes para que o Flamengo conquistasse novamente o Rio de Janeiro sem tanta dificuldade.
Abel foi contratado porque o Flamengo passou alguns anos em 'modo banana'. Precisava de alguém com alma rubro-negra, que resgatasse o incômodo com a derrota e visse na vitória sua única alternativa. Chegou, fez e venceu. Ainda é pouco, mas é o primeiro passo para o clube da Gávea. E também o primeiro para o treinador, que tenta renascer após o sentimento mais doloroso que um pai pode ter.
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