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Atlético-MG repete erros de 2018 e vê nova queda em torneio internacional

Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

24/04/2019 12h00

"Esses que estão protestando vão ser os mesmos que vão gritar o meu nome quando nós formos campeões, e vão dizer que eu estava certo". Esta foi a declaração de Sérgio Sette Câmara em 9 de maio de 2018 à Fox Sports, logo após a eliminação do Atlético-MG para o San Lorenzo, da Argentina, na primeira fase da Copa Sul-Americana.

Quase um ano depois, o presidente sofre com pressão semelhante no clube e volta a ser criticado pela torcida, agora pela queda precoce na fase de grupos da Libertadores. Os erros se repetiram de um ano para o outro e não se restringem apenas ao mandatário. Eles vão de escolhas frustradas para o departamento de futebol, passam pela insistência no trabalho de técnicos que não contavam com apoio total do grupo e chegam à dificuldade da diretoria para encontrar nomes para o comando técnico e elenco.

Escolhas do departamento de futebol

O primeiro passo do clube foi apostar em Alexandre Gallo como diretor de futebol em 2018. Sem grande experiência na área - ele apenas trabalhou com o sub-20 da Seleção Brasileira -, o dirigente foi bastante questionado pelas contratações realizadas em 2018. Não à toa deixou o comando da área em outubro do mesmo ano. A opção por sua saída foi de Sérgio Sette Câmara.

A segunda escolha para o cargo foi de Marques. O ídolo do clube começou no cargo no mesmo dia em que foi anunciada a saída de Gallo. Com respaldo do elenco, o ex-atacante assumiu as negociações e tentou buscar nomes importantes, como Diego Tardelli. Entretanto, não obteve êxito. O camisa 9 do Grêmio não foi a única tentativa frustrada de Marques no cargo. Ele foi atrás também dos laterais Jorge e Felipe Jonathan e do volante Jobson. O trio, contudo, acertou com o Santos. Os "chapéus" do Peixe fizeram a diretoria optar por nova troca no comando. Às vésperas da final do Mineiro, Rui Costa foi anunciado como o novo dirigente.

Escolhas com treinadores

Desde o início da atual gestão, em janeiro de 2018, quatro treinadores estiveram no Atlético. Oswaldo de Oliveira foi o primeiro. Ele, no entanto, foi demitido ainda em fevereiro de 2018. A saída se deu após um episódio de discussão com um repórter de Minas Gerais. O problema é que, antes disso, o técnico já dava sinais de desgaste com importantes nomes do elenco.

Depois, o clube deu oportunidade para Thiago Larghi. De forma interina, ele comandou a equipe até a paralisação para a Copa do Mundo da Rússia. Neste período, assumiu o posto de treinador efetivo. Mas não durou muito tempo. Por mais que contasse com aval do elenco para continuar à frente do clube, foi demitido em outubro de 2018.

A terceira escolha desta gestão foi Levir Culpi. Depois de uma passagem frustrada pelo Gamba Osaka, do Japão, o técnico chegou à Cidade do Galo com a incumbência de reanimar o elenco. A princípio, a tentativa foi bem sucedida, já que o time se classificou para a Libertadores. Entretanto, logo no início do ano, jogadores e comissão técnica já davam indícios de que não havia mais a mesma harmonia do ano anterior. Às vésperas da final do Campeonato Mineiro, Levir Culpi foi demitido. Hoje, Rodrigo Santana é quem trabalha de forma interina com o elenco.

Sucessivas negativas no mercado da bola

Por dois anos seguidos, o Atlético encontra dificuldades para contratar um técnico no mercado da bola. Em 2018, a diretoria deixou Thiago Larghi de forma interina de fevereiro até junho. Na sequência, o efetivou no cargo. Porém, neste período, teve dificuldades para contratar comandantes. Cuca e Rogério Ceni foram alguns dos que deram resposta negativa à cúpula na temporada passada.

O erro do último ano é novamente esboçado em 2019. Depois de demitir Levir Culpi, o clube já procurou nomes como Tiago Nunes, Jorge Sampaoli e Rogério Ceni. Até o momento, não recebeu uma reposta positiva do trio. A dificuldade para encontrar um substituto para Levir Culpi faz com que a diretoria deixe Rodrigo Santana entre os nomes do elenco principal.

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