Pacaembu ou Vila? Veja raio-x de gastos e lucros do Santos em cada estádio
Mandar jogos na Vila Belmiro ou no Pacaembu sempre foi alvo de muita discussão no Santos. O ex-presidente do Santos, Modesto Roma Jr, preferia atuar na cidade e dizia que "o Santos é de Santos". Já o atual mandatário, José Carlos Peres, venceu a eleição prometendo mandar 50% dos jogos na capital paulista.
Existem vantagens e desvantagens para atuar em cada estádio. Quando o Peixe joga dentro da Vila Belmiro, por exemplo, tem um gasto menor, mas geralmente recebe um público menos numeroso do que quando se apresenta no Pacaembu. O estádio da capital, por outro lado, representa despesas bem maiores e precisa de um público grande para não haver prejuízo.
Neste ano, devido às reformas na Vila Belmiro, o Santos atuou oito vezes no Pacaembu e apenas três na Vila Belmiro. Os números, no entanto, somente são favoráveis ao estádio da capital devido aos clássicos diante de São Paulo e Corinthians. Sem as rendas desses jogos de maior apelo, as seis partidas no Pacaembu renderam um lucro menor do que as três na Vila Belmiro, mesmo diante do maior público em São Paulo.
Para explicar isso, primeiro precisamos mostrar o que encarece tanto jogar na capital. Ao menos 13 itens são mais caros no Pacaembu ou até inexistentes na Vila. Por exemplo: ambulância, equipe de apoio, geradores e orientadores custam, somados, cerca de R$ 15 mil na Vila, mas sobem para R$ 75 mil na capital.
Outros itens, como banheiros químicos, gradeamento, monitoramento por imagem, quadro móvel, taxa de uso da lanchonete, sonorização e transporte não são necessários na Vila Belmiro e custam R$ 71 mil no Pacaembu. Além disso, o Peixe ainda paga 12% da renda bruta como taxa de aluguel do estádio.
Mas efetivamente o que isso significa? Vamos aos lucros obtidos pelo Peixe até aqui no ano. Em três jogos na Vila Belmiro, o Santos teve uma renda bruta de R$ 954 mil e um lucro de R$ 448 mil. O número é superior ao do Pacaembu se não contarmos os clássicos do ano: em seis jogos a renda bruta foi de R$ 2,1 milhões, mas apenas R$ 339 mil entraram nos cofres santistas.
As estatísticas pendem para o lado do Pacaembu, claro, quando levamos em consideração os clássicos. Diante do São Paulo, com R$ 630 mil de renda bruta, o lucro obtido foi de R$ 245 mil. Já contra o Corinthians, na semifinal do Paulistão, os 38.542 pagantes renderam ao Peixe R$ 974 mil de lucro diante de uma renda bruta de R$ 1,4 milhão.
Em três dois oito jogos no Pacaembu neste ano, o Santos teve prejuízo: diante do Oeste (9.486 pagantes e R$ 12 mil de prejuízo), contra o América-RN (8.295 pagantes e R$ 94 mil negativo) e frente ao Novorizontino (10.079 pagantes e R$ 30 mil de prejuízo). O jogo com lucro efetivo mais baixo foi contra o Guarani, quando os 14.708 pagantes renderam R$ 91 mil de lucro, menos do que os R$ 127 mil provenientes de 8.616 pagantes diante da Ferroviária na Vila Belmiro.
Ou seja, quando o Santos atua em São Paulo e tem menos de 15 mil pessoas no estádio, a chance do lucro ser menor do que quando o clube atua na Vila Belmiro para 8 mil pessoas é grande. Enquanto na Vila as despesas variaram entre R$ 124 mil e R$ 157 mil, os custos no Pacaembu foram de R$ 246 mil a R$ 502 mil, muito devido aos 12% da renda bruta pagos como aluguel.
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