A emocionante história do goleiro Alexander, aposta do Vasco
Três derrotas consecutivas, perda do título estadual para o rival, queda de técnico e necessidade de reverter um placar para avançar na Copa do Brasil. Esse foi o cenário com o qual o Vasco entrou em campo na última quarta-feira, diante do Santos, em São Januário. E foi nessa conjuntura também que a torcida cruzmaltina viu a estreia de um jovem goleiro: Alexander. O rosto não chegou a ser uma novidade para os que acompanham mais de perto o Vasco, afinal, em janeiro, foi um dos destaques da equipe da Colina na Copa São Paulo de Futebol Júnior, campanha que terminou com a segunda colocação.
Aos 22 minutos do primeiro tempo, Fernando Miguel sentiu um incômodo muscular e sinalizou a a necessidade de substituição. Alexander, então, aqueceu, recebeu o abraço do companheiro e foi para debaixo das traves para fazer o primeiro jogo como profissional - àquela altura, o Vasco vencia por 1 a 0, com gol de Raul.
Ao entrar em campo, Alexander iniciou mais um capítulo da trajetória atrás do sonho de se tornar um jogador de futebol, boa parte dela escrita em São Januário, onde chegou em 2008, então com nove anos.
Natural de São Gonçalo, o goleiro, hoje com 1,90m, chegou para o time mirim do Vasco - mesma geração de Marrony e Lucas Santos, ambos no elenco profissional - e logo conquistou a vaga de titular. Esteve em algumas conquistas vascaínas na base, como os Cariocas do sub-15, sub-17 e sub-20.
Ele vinha sendo observado pela comissão do elenco profissional desde 2017, quando passou a integrar alguns treinamentos com o grupo principal. Neste período, pôde conviver com nomes que marcaram época na Colina, como Acácio, Carlos Germano e Martin Silva, a quem tem como referência.
Na Copinha de 2018 passou a ganhar mais notoriedade. Na disputa de pênaltis na primeira rodada de mata-mata, defendeu duas cobranças e garantiu o Vasco nas oitavas de final. Ao final, emocionado, lembrou a avó Vera Lúcia Silva e o pai Wanderley de Lucena.
"Eu passei muita dificuldade na vida. Minha avó e meu pai foram pessoas que sempre me ajudaram. Infelizmente, eu perdi os dois recentemente, mas eles nunca saem da minha mente. Dedico essas defesas a eles, pois não estaria aqui se não fosse o esforço de cada um. Minha avó era empregada doméstica e tirava dinheiro de onde não podia e pagava minha passagem para os treinos. Meu pai também, nunca deixou faltar nada para mim. Sou grato ao dois, aos meus familiares, aos meus companheiros, ao Vasco ", disse, ao site oficial do Vasco.
Neste ano, novamente Alexander apareceu, desta vez, sendo decisivo em duas disputas de pênaltis e ajudando o time comandado por Marcos Valadares - interino que comandou o time contra o Santos - a chegar à final do torneio (o Vasco perdeu para o São Paulo nos pênaltis, após 2 a 2 no tempo normal).
Relacionado para o jogo de ida contra o Santos, na Vila Belmiro, sabia que, contra o Flamengo ou novamente contra o Santos, diante das condições físicas do titular Fernando Miguel e do reserva Félix, poderia ser requisitado. Aconteceu e fez a estreia e, mesmo sem a classificação às oitavas de final da Copa do Brasil, foi elogiado.
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