Vasco enfrenta pressão interna e vive indefinição sobre treinador
A reunião do Conselho Deliberativo ontem à noite para analisar as denúncias do Conselho Fiscal sobre "falta de transparência" na gestão foi apenas um dos muitos problemas que o presidente Alexandre Campello e sua diretoria têm enfrentado no Vasco. Pressionado pelos fracassos recentes em campo com a perda do título carioca para o rival Flamengo, a eliminação na Copa do Brasil para o Santos e a goleada sofrida por 4 a 1 para o Athlético-PR na estreia no Campeonato Brasileiro, o mandatário tem sido cobrado por uma demissão do diretor-executivo de futebol, Alexandre Faria, e vive uma indefinição no comando técnico do time.
O sonho pelo treinador português Jorge Jesus chegou a ter um flerte, com as partes conversando por telefone, mas a realidade financeira fez com que o namoro ficasse apenas no desejo.
Dorival Júnior, nome de agrado e que se encaixa mais nas possibilidades, possui um pré-contrato com um clube do exterior e só abrirá negociações caso sua transferência para a equipe estrangeira não se concretize.
Jair Ventura também foi sondado, mas encontra rejeição em boa parte da diretoria e da torcida.
Em meio a tudo isso, Marcos Valadares segue de maneira interina. O técnico do sub-20 estreou no profissional com uma vitória sobre o Santos por 2 a 1 na Copa do Brasil - insuficiente para garantir a classificação - e sofreu a goleada para o Athletico-PR. Com a indefinição, deverá continuar no comando para a partida desta quarta-feira, às 21h30, contra o Atlético-MG, em São Januário.
Campello sofre "asfixia" dos poderes do clube
O preço por ter rachado politicamente com sua base de apoio tem saído caro para Alexandre Campello. Nas presidências dos conselhos Fiscal e Deliberativo estão Edmilson Valentim e Roberto Monteiro, respectivamente. Dois antigos aliados e que agora se tornaram uns de seus principais desafetos.
O custo desta situação tem resultado em uma forte cobrança dos dois poderes, como ocorreu ontem, quando Campello precisou dar explicações detalhadas das movimentações de sua diretoria.
O racha tem também criado dificuldades para a aprovação de projetos, como aconteceu quando quis obter um empréstimo bancário e teve o desejo vetado inicialmente em votação entre os conselheiros.
A pressão interna, inclusive, quase custou uma abertura de processo de impeachment contra o dirigente. Nos votos, porém, o presidente conseguiu livrar-se após uma desgastante costura política.
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