Paulinho 'some' no Bayer e vê estreia europeia na contramão de Vinícius Jr.
Quando chegar à final da Champions League ainda soava como uma utopia, o Ajax mandou um mistão para amistoso com o Bayer Leverkusen, em março, na Alemanha. Em sua escalação, figuravam nomes como Joel Veltman e Klaas-Jan Huntelaar, que chegaram a entrar em campo contra o Tottenham nesta semana, mas não passava muito disso. Eles voltaram para casa com uma derrota de 2 a 1 na bagagem. O gol da vitória dos donos da casa? Paulinho foi o autor.
Revelado no Vasco, o atacante de 18 anos carrega um talento inegável e surgiu com tudo numa geração em que dividia holofotes nas seleções de base com o parceiro Vinícius Jr., hoje no Real Madrid. O brilho contra os holandeses, no entanto, passou despercebido e praticamente não repercutiu.
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A sua primeira temporada no Leverkusen tem sido, mesmo, um exercício pleno de paciência.
Em 2019, Paulinho esteve em campo em somente seis partidas da Bundesliga. Quase sempre acompanhado pelo rótulo de garoto de 18,5 milhões de euros (R$ 79,5 milhões), ele vê, inclusive, o técnico Peter Bosz, que desembarcou em dezembro com a promessa de apostar na garotada, ser cobrado por mais chances na imprensa local.
Em reportagem recente, a Kicker, um dos principais veículos esportivos alemães, estampou manchete com uma declaração recente de Bosz sobre o jovem jogador e a sua possível entrada na equipe com a ausência de outros atletas nesta reta final de campeonato. "Agora não faz sentido que ele jogue. Se for mal, sua confiança vai por água abaixo. Ele tem de estar pronto", explicou o comandante.
Provoca estranheza o fato de o técnico ter preferido mudar o esquema a lançar a promessa saída do Rio de Janeiro entre seus titulares.
Bosz, ainda assim, tentou se defender. "Ele é uma alternativa para mim. Tem entrado quase todo jogo", disse. Na mesma ocasião, ouviu, então, de volta dos repórteres que Paulinho teve apenas 64 minutos para mostrar serviço neste ano, na Bundesliga, e se calou.
Para os alemães, está claro que Paulinho não goza da confiança do treinador holandês.
A despeito de seguir trabalhando normalmente e ter o seu esforço reconhecido no dia a dia, a situação, claro, afeta o brasileiro. Não haveria como ser diferente. Ainda assim, conforme apurado pelo UOL Esporte, não passa por sua cabeça a hipótese de retornar ao futebol brasileiro neste momento. Uma possibilidade seria sair por empréstimo para ganhar mais rodagem europeia.
Em sua rotina, Paulinho tem a companhia do lateral esquerdo Wendell, que está na alça de mira de clubes como a Roma e deve mudar de ares ao fim da temporada.
Ele abordou a situação do compatriota após confronto com o Werder Bremen, pouco tempo atrás. Foi a única oportunidade no semestre em que Paulinho teve mais de 45 minutos na Bundesliga. Perguntado sobre o novato na saída do estádio, Wendell disse que ele estava "um pouco triste" com a falta de chances, mas que "compreendia" e que a sua atuação o deixaria mais confiante.
Com predileção por atuar aberto pelos lados do campo, especialmente na esquerda, Paulinho tem sido preparado por Bosz para correr mais centralizado no meio-campo. Seria uma transformação em suas características.
Ele sofre com as comparações internas com o prata da casa Kai Havertz, sensação de 19 anos e que arrebenta nesta temporada. O diretor Simon Rolfes, contudo, prega mais calma e que, quando estiver plenamente adaptado ao futebol alemão, conseguirá crescer mais rapidamente.
Não será, então, apenas contra o mistão do Ajax, no meio de uma tarde e com arquibancadas vazias que Paulinho brilhará, mas diante de seus principais craques. Ele demonstrou ter futebol para isso no Vasco e nas seleções de base.
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