Walce encantou Ceni e Sampaoli antes de estrear no São Paulo
Desde novembro do ano passado, o São Paulo já estreou seis jogadores criados em Cotia. O último a ganhar uma chance foi Walce, no empate de anteontem por 1 a 1 com o Flamengo. De cara, um clássico nacional, com o Morumbi cheio e uma partida cheia de reviravoltas. O garoto precisou mudar de posição três vezes ao longo do jogo, mas não se intimidou. Manteve a calma e a personalidade para marcar e até arriscar lançamentos.
É por essa postura em campo que o zagueiro atrai tantos olhares encantados de figuras de prestígio no futebol. No ano passado, por exemplo, Rogério Ceni tentou diversas vezes o empréstimo de Walce para o Fortaleza. A ideia era aproveitar a velocidade e a boa saída de bola do defensor para ajudar o time cearense a atuar mais adiantado e forma mais ofensiva.
Pelas mesmas razões, em janeiro deste ano, o argentino Jorge Sampaoli chegou a sugerir o nome da revelação tricolor ao Santos. A diretoria do São Paulo não deu espaço para a ideia avançar e tinha mais uma mostra do tamanho do potencial de Walce. A prova final veio quando Cuca, logo em sua primeira semana de trabalho, avisou que pretendia usar o jovem de 20 anos no Campeonato Brasileiro.
A promessa não foi vazia, embora a chance para Walce ser titular tenha sido provocada por duas baixas no setor ofensivo - o suspenso Igor Vinicius e o lesionado Arboleda. Cuca começou com o pupilo na lateral direita, o transformou em volante e, quando quis lançar o time para o ataque, optou por tirar o veterano Anderson Martins e deixar o menino, enfim, ser zagueiro contra o Flamengo. É possível até que ele siga como parceiro de Bruno Alves contra o Fortaleza, no próximo domingo, às 19h, no Castelão.
Quem é Walce?
Walce nasceu em 2 de fevereiro de 1999 na cidade de Cuiabá, capital do Mato Grosso. Foi encontrado pelo São Paulo na mesma época e no mesmo projeto que revelou o atacante Brenner, comandado por Carlos Profeta. Na base, chegou a atuar algumas vezes como lateral-direito, mas ganhou fama como zagueiro e, muitas vezes, capitão. Sua última conquista pelo Tricolor em Cotia foi a Supercopa do Brasil Sub-20, faturada em cima do Palmeiras em 2018.
Na mesma temporada, foi protagonista de outro título. Na final da Copa do Brasil da categoria, contra o Corinthians, marcou um golaço de falta no Morumbi. O gol viralizou entre os torcedores do São Paulo, admirados pela distância da cobrança e pela curva imposta pelo zagueiro na batida. E esse tipo de lance é uma das especialidades de Walce.
Fora de campo, o zagueiro mostra muito apego à família. Nas folgas, costuma viajar para encontrar os parentes que moram no interior paulista. Esse carinho, essa ligação familiar também está presente em seu nome, escolhido para homenagear o pai que não conheceu. Walce, o pai, morreu durante a gravidez de Izaura.
Ele era repórter cinematográfico de uma afiliada da Rede Globo no Mato Grosso. Um trabalho que até hoje enche Walce de orgulho. Ele costuma publicar fotos antigas do pai em ação e chegou a comemorar um gol, em 2017, simulando o uso de uma câmera.
Foi o pai também quem ajudou a plantar a paixão pelo futebol na família. O irmão mais velho de Walce, Walber, foi batizado assim para homenagear o zagueiro Válber, um dos destaques do São Paulo de Telê Santana, que fez história no início dos anos 1990. E foi o primeiro a se aventurar na carreira de atleta profissional. Mas uma grave lesão, quando atuava em Portugal, o fez desistir.
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