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Blatter quer que Fifa devolva relógios avaliados em mais de R$ 1,5 milhão

Ex-presidente da Fifa ainda pretende processar entidade para provar que não é "ladrão" - AP/Dmitry Serebryakov
Ex-presidente da Fifa ainda pretende processar entidade para provar que não é 'ladrão' Imagem: AP/Dmitry Serebryakov

Do UOL, em São Paulo

08/05/2019 16h27

Joseph Blatter, presidente da Fifa entre 1998 e 2015, quer de volta seus relógios de luxo que ficaram para trás em seu antigo escritório quando deixou o cargo, avaliados em pelo menos US$ 400 mil (cerca de R$ 1,57 milhão). E, atrás de um nome limpo, quer também receber pagamento de pensões da entidade.

Em entrevista publicada hoje pelo jornal The New York Times, Blatter afirmou que espera a devolução de seus relógios, de marcas como Patek Philippe, IWC e Omega. Por isso, incluiu o pedido em um processo que planeja mover contra a própria Fifa, no qual inclui o pedido de pensão.

Desde que foi tirado da Fifa em outubro de 2015, o ex-dirigente foi proibido de ter acesso a seus antigos pertences na organização. Isso incluía a coleção de relógios que formou ao longo de décadas, desde que trabalhava para uma fabricante. Ao jornal, explicou que preferia deixá-los na sede da entidade, ao invés de guardá-los em casa, por questões de segurança.

"Esta é uma questão de respeito, e eu cheguei ao meu limite", disse Blatter, que vive em um apartamento alugado da Fifa, à publicação. "Acho que pedir de volta meus itens pessoais não é pedir muito", completou.

A Fifa, porém, garante que os relógios foram todos devolvidos, inclusive com uma assinatura de Joseph Blatter em um documento que atesta o recebimento.

"Fizemos o que ele nos pediu", alegou Alasdair Bell, secretário-geral adjunto da entidade. "(Mas) se ele mover um processo, obviamente vamos nos defender com base em nossos atos conforme nossas obrigações legais, incluindo com Blatter", completou.

Ao jornal, Blatter deixou claro que não pretendia processar a Fifa em US$ 12 milhões (mais de R$ 47,1 milhões) caso seus relógios fossem devolvidos. "Para mim, é realmente pessoal", disse o ex-presidente, que reforça a intenção de limpar sua imagem nos tribunais. "Não vou morrer por isso, mas quero morrer com dignidade e quero que eles digam que eu não era um ladrão na Fifa."