Placar e acesso ao campo: saiba próximos passos da reforma da Vila Belmiro
O Santos reinaugurou a Vila Belmiro recentemente, no dia 11 de abril, após o estádio ficar três meses em reformas comandadas pelo Gerente Executivo de Operações Fernando Volpato. O que se viu foi um estádio mais moderno e com uma melhoria também nos serviços oferecidos.
Os alambrados foram substituídos por vidros baixos e construções antigas que ficavam na parte do gramado foram demolidas para um ganho estético na "linha do gol". O Peixe fechou parceria com lanchonetes reconhecidas na cidade para levar mais opções de alimentação dentro do estádio. No entanto, as mudanças não irão parar por aí.
"Eu fico feliz com o feedback que a torcida está dando, chega a surpreender, não imaginava que ia agradar tanto. Não é um projeto que teve um início e um fim, foi só o início de uma caminhada, uma primeira fase e novas melhorias até de curto prazo já estão sendo planejadas", afirmou Fernando Volpato em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
O gerente do Peixe afirmou à reportagem que ao menos mais três reformas já estão em processo. A primeira é uma modernização na sala de imprensa e túnel visitante. A segunda é operacional: o centro de monitoramento passará do setor das cadeiras cobertas do fundo para o quarto andar das cativas. A última é a colocação do novo placar eletrônico, que a princípio seria colocado no lugar do atual, mas deve ficar do lado oposto ao atual, fazendo com que o estádio tenha dois placares.
"Diria que já está bem encaminhado. A ideia inicial era instalar um placar maior utilizando toda a estrutura limite naquela área. No entanto, o presidente Peres sugeriu que ao invés de trabalharmos com um placar maior, que seria até fora do padrão dos estádio por aí, fazermos dois placares com tamanhos similares a outras arenas. Estamos analisando essa alternativa de ter um placar de cada lado do estádio, atrás dos gols, eventualmente até padronizar as alturas e ter um ganho estético nisso. É uma ideia interessante e estamos analisando", explicou Volpato.
Além das reformas a curto prazo, o Peixe também tem planos de reformas mais drásticas no estádio. Muitos deles, neste momento, estão dentro de um projeto maior: o tão falado retrofit. No entanto, dependendo do andamento, há a possibilidade de "descolamento" do retrofit e antecipação das obras.
A principal delas diz respeito aos vestiários. O Peixe pensa em utilizar o espaço do Salão de Mármore para fazer o vestiário das duas equipes, possibilitando uma entrada centralizada dos dois times. A quadra, abaixo do setor do portão 17, sairia da Vila para dar espaço aos ônibus das delegações, que hoje estacionam fora do estádio. A sala de imprensa também mudaria e o projeto inclui uma zona mista, onde os jogadores podem ser entrevistados pelos repórteres.
Público maior após reforma
Apesar de ter recebido apenas três jogos após a reinauguração, a Vila Belmiro apresentou um aumento de público em relação à média do ano passado. Volpato é cauteloso com a baixa amostragem, mas comemora o aumento e aposta na qualificação dos espaços para mantê-lo.
"Ainda é complicado falar em aumento de público porque tivemos apenas três jogos na Vila, mas se formos olhar a média dessas partidas comparada com a média de público no estádio em 2018, isso dá um aumento acima de 25%. É um número expressivo e relevante, mas o histórico é pequeno. Entendo que pode ser um reflexo não só das melhorias de estrutura, mas de serviço também", disse.
O gerente santista ainda explicou uma nova medida de segurança adotada pelo Peixe e disse que não se preocupa com o aumento de capacidade da Vila Belmiro, mas sim de dar ao estádio um padrão de excelência de forma a aumentar o público médio. Confira a entrevista na íntegra:
UOL Esporte: Como foi administrar essa reforma, onde foram feitas coisas pontuais com um investimento baixo, para conseguir esse ganho tão elogiado hoje?
Fernando Volpato: As oportunidades eram muitas. Usamos equipe própria para manutenção de custo com um investimento mais racional. Estou muito feliz com o resultado porque de fato a gente enxerga melhorias significativas no visual. Na questão da iluminação do campo é nítido, as pessoas se assustam com o tanto que mudou. Eu fico feliz com o feedback que a torcida está dando, chega a surpreender, não imaginava que ia agradar tanto. Não só na questão da mudança estrutural em si, mas também dos novos serviços. Quando a gente olha o resultado como um todo, nesse curto espaço de tempo e com baixo investimento realizado, eu acho que realmente valeu muito a pena esse trabalho. O Peres estava muito inquieto, preocupado que a gente conseguisse dar uma nova cara para Vila e que criasse também a mesma perspectiva de melhorias crescentes. Acho que esse é um ponto importante: não é um projeto que teve um início e um fim, foi só o início de uma caminhada, uma primeira fase e novas melhorias até de curto prazo já estão sendo planejadas e também tem um projeto de médio e longo prazo de CT e uma reforma mais radical na Vila.
UOL: O que podemos dizer que está sendo feito para o curto prazo?
Volpato: Estamos em vias de iniciar uma melhoria na sala de imprensa do time visitante e também no acesso ao gramado, que precisa de melhorias no túnel. Estamos planejando um reposicionamento do Centro de Controle Operacional (CCO), temos um centro dotado de câmeras onde você consegue monitorar, mas temos dificuldade de ver ao vivo a movimentação o estádio. Estamos planejando um novo centro para o quatro andar em uma região que também merece uma melhoria estética e vamos conciliar as duas coisas. Estamos estudando centralizar os vestiários, criar uma área de zona mista e área de imprensa em uma região central do estádio, mas isso depende um pouco da evolução do projeto de médio prazo, que seria de uma reforma mais contundente na Vila.
UOL: Existe a possibilidade da remoção da quadra da Vila Belmiro e utilização do espaço para outro fim?
Volpato: Existe. A quadra não atende aos requisitos mínimos para competições de futsal, ela tem uma área de 60% da mínima necessária. É uma área nobre, tem pé-direito duplo ou até triplo, e hoje uma dificuldade que temos é de abrigar as delegações e isso é um risco. É um projeto que tem a ver com área para recepção das delegações, vestiário e sala de imprensa e zona mista em um único local. Isso permitiria uma entrada centralizada no campo, facilitaria o trabalho da imprensa, de segurança, enfim, de todos os profissionais envolvidos no jogo. Estamos estudando uma parceria com uma organização da cidade para utilizar uma outra quadra para desenvolver o futsal.
UOL: Esses projetos andam junto com o processo de retrofit que depende de um investimento grande?
Volpato: Pode ser que descole em algum momento. Se o projeto de retrofit andar com a velocidade adequada as coisas podem acontecer no mesmo momento, se houver um descolamento é possível que você faça essa intervenção até antes disso.
UOL: Após a reforma da Vila deu para ver um aumento no público. Isso estava dentro do projetado por vocês, acima ou abaixo?
Volpato: Quando falamos numericamente eu gosto sempre de olhar a média, porque um jogo não diz muita coisa. Ainda é complicado falar em aumento de público porque tivemos apenas três jogos na Vila, mas se formos olhar a média dessas partidas comparada com a média de público no estádio em 2018, isso dá um aumento acima de 25%. É um número expressivo e relevante, mas o histórico é pequeno. Entendo que pode ser um reflexo não só das melhorias de estrutura, mas de serviço também.
UOL: Falou-se em reforma também no camarote térreo lateral. Esse é um projeto para o futuro?
Volpato: Neste momento fizemos uma pequena melhoria, algo que já era solicitado pelas pessoas que frequentam e pelos atletas que tinha dificuldade de comemorar ali com os familiares. Isso já melhoramos e recebemos uma repercussão positiva. Esse espaço e todos os demais estão sendo repensados nas duas situações: no descolamento do projeto principal ou dentro do retrofit como um todo.
UOL: Existe alguma maneira a médio prazo de aumentar a capacidade da Vila?
Volpato: Se fala muito em capacidade, mas acho que quando você busca qualidade de serviço a tendência é diminuir espaços e não aumentar. Acho que esse deve ser o foco, buscar uma qualificação do espaço e não o aumento. Hoje temos capacidade em torno de 17 mil pessoas e um público médio, usando dados de 2018, de 8 mil pessoas. Nosso problema é aumentar o público médio e não a capacidade. E como aumentar? Com equipamentos de qualidade e serviços de qualidade. Esse é o nosso desafio. Se tivermos um estádio de 17 mil com padrão de excelência e aumentar o público médio, esse é o melhor resultado para o Santos.
UOL: Nos últimos jogos foi possível ver alguns seguranças andando com uma espécie de câmera acoplada no peito. É um novo investimento em segurança?
Volpato: É uma câmera de alta resolução que grava áudio e vídeo. Adotamos outras medidas buscando a maior segurança do torcedor e proteção jurídica do clube. Padronizamos coletes por tipo de função dentro da operação e adotamos uma estrutura que chamamos de segurança tática que não tem posto fixo e se movimenta durante o evento se posicionando nos locais de eventual conflito utilizando colete com uma câmera móvel acoplada. Isso é muito importante porque coíbe, ninguém gosta de ser gravado fazer uma coisa errada. E segundo porque o clube passa a ter um recurso muito importante de documentar o que aconteceu para planejar novas ações, disponibilizar as imagens para os órgãos públicos. Além do torcedor, podemos observar a ação do próprio segurança para fazer treinamento e uma série de procedimento para melhorar.
UOL: Como está o projeto de instalação do novo placar?
Volpato: Diria que já está bem encaminhado. A ideia inicial era instalar um placar maior utilizando toda a estrutura limite naquela área. No entanto, o presidente Peres sugeriu que ao invés de trabalharmos com um placar maior, que seria até fora do padrão dos estádio por aí, fazermos dois placares com tamanhos similares a outras arenas. Estamos analisando essa alternativa de ter um placar de cada lado do estádio, atrás dos gols, eventualmente até padronizar as alturas e ter um ganho estético nisso. É uma ideia interessante e estamos analisando.
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