Galiotte defende Palmeiras como empresa, mas vê política como obstáculo
O presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, saiu em defesa da transformação dos clubes em empresas. Segundo ele, o Alviverde já adota algumas práticas empresariais para melhorar a gestão, mas admitiu que o processo ainda não está completo. Ele colocou a política no Conselho como grande obstáculo.
Convidado a debater o tema na Conferência Nacional do Futebol (Conafut) realizada em São Paulo nesta quinta-feira, o cartola afirmou que esse é o caminho para evitar que as administrações dos times de futebol sofram com problemas políticos.
"Nós consideramos (o modelo de time-empresa) como o ideal e temos um modelo parecido para administrar. O futebol tem tudo separado do clube social. Mas a gente ainda tem o mesmo CNPJ, os mesmos conselheiros... Temos que nos adequar ainda", explicou.
Um modelo citado como exemplo foi a Sociedade Anônima Desportiva, a SAD, que é prática comum no futebol em Portugal. Com essa transformação, os clubes abandonam a estrutura de associação sem fins lucrativos para se transformarem em uma empresa, que pode ter até acionistas. Vale lembrar que a Lei Pelé tentou impor essa transformação a partir de 1998, mas não obteve sucesso.
"A teoria é boa, mas tem o processo político neste meio", ponderou. "Eu acho que a política vai ser o ponto de resistência neste processo. Tem alguns conselheiros que passaram a vida no clube e alguns já se sentem donos, se sentem proprietários", completou.
O painel ainda contou com a participação de Pedro Henriques, diretor executivo do Bahia, Pedro Daniel, consultor da Ernest & Young, e Reynaldo Buzzoni, diretor de registro e transferência da CBF. Todos eles elogiaram bastante a gestão palmeirense. O funcionário da CBF, inclusive, disse que sempre usa o time paulista como exemplos em suas palestras. Outro tema debatido entre eles foi o da "espanholização" do futebol brasileiro e o equilíbrio competitivo entre os clubes.
Sobre o tema, Galiotte explicou o processo de reestruturação do Palmeiras desde 2013, com Paulo Nobre, e defendeu o fair play financeiro e a fiscalização das contas dos clubes por parte da CBF. Ele disse ser a favor de punições esportivas a clubes que não estejam com as suas contas em dia, mas questionou um possível teto salarial, a exemplo do que é feito na NBA, por exemplo.
"No mundo todo, os clubes que brigam pelo topo também têm ótima performance esportiva e essa é uma meta nossa. Eu acho que você punir um atraso de salário, algum erro de gestão, é bom. Agora, inibir a qualidade, punir a excelência...Eu não concordo muito com isso", finalizou.
O diretor executivo do Bahia também aproveitou a ocasião para cobrar a CBF por uma punição a times que atrasem seus salários. Segundo eles, os únicos times que sofreram sanções já tinham sido rebaixados, o que tornou o episódio pouco "pedagógico" para os times e para o público de maneira geral.
Ele classificou esse desequilíbrio entre times que honram seus compromissos e aqueles que se reforçam sem cumprir com pagamentos a atletas, empresários e clubes como doping financeiro.
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