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Brasileirão - 2019

Felipão x Sampaoli: no duelo de opostos, defesas em alta são ponto em comum

Gustavo Gómez e Lucas Veríssimo têm sido destaques defensivos em seus times - Cesar Greco/Ag. Palmeiras / Ivan Storti/Santos FC
Gustavo Gómez e Lucas Veríssimo têm sido destaques defensivos em seus times Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras / Ivan Storti/Santos FC

Eder Traskini e Leandro Miranda

Do UOL, em Santos e São Paulo

17/05/2019 12h00

Não é novidade que Luiz Felipe Scolari e Jorge Sampaoli praticam estilos de futebol bastante diferentes. Se o primeiro dá mais valor à solidez, ao jogo direto e à eficiência no ataque, o segundo é conhecido pelo gosto pela bola, trocas envolventes de passes e muita gente chegando na frente. Mas um ponto em comum tem unido os dois técnicos antes do reencontro entre Palmeiras e Santos amanhã, no Pacaembu, pelo Brasileirão: a boa fase dos sistemas defensivos.

No caso de Felipão, falar em marcação forte não é nenhuma novidade. O Palmeiras tem a melhor defesa do Campeonato Brasileiro (um gol tomado em quatro jogos) e da Libertadores (um gol em seis jogos). Nas últimas dez partidas, só sofreu gols em duas. A dupla de zaga titular, Luan e Gustavo Gómez, já passou da marca de 800 minutos seguidos sem ser vazada.

Já para Sampaoli, a melhora na retaguarda é um avanço recente. O time já teve oscilações grandes nesse aspecto na temporada, tomando goleadas do Ituano e do Botafogo-SP, por exemplo, mas demonstrou visível progresso nas últimas semanas, levando gols em só quatro dos últimos dez jogos. O Santos é um time que ataca muito, mas agora vive também seu melhor momento defensivo no ano.

As filosofias opostas dos treinadores também ficam claras no modo de defender. Felipão gosta que seus times pressionem na frente principalmente no início das partidas, mas na maior parte do jogo é comum ver o Palmeiras mais posicionado no campo de defesa, com linhas próximas e recuadas - especialmente se o Verdão estiver à frente no placar.

Todos os jogadores têm funções defensivas bem definidas e sabem quem devem acompanhar, e o sistema de coberturas é um dos pontos mais trabalhados nos treinos pelo técnico e seu auxiliar Paulo Turra. O primeiro volante, normalmente Felipe Melo, quase nunca sai da frente da zaga e sempre está atrás da linha da bola. Os laterais normalmente só apoiam um de cada vez.

Já Sampaoli prefere "defender atacando". O Santos é um time que joga sempre em ritmo muito alto sem a bola, pressionando a saída rival, fechando linhas de passe no campo de ataque e tentando recuperar a bola sempre perto do gol adversário. Quando atacam, os jogadores já buscam se posicionar para fazer a pressão assim que a bola for perdida, e a linha defensiva joga bastante adiantada.

Nem sempre dá certo, mas a equipe tem apresentado melhora. Um ponto de destaque é o restabelecimento de Lucas Veríssimo, agora firmado como titular após sofrer com uma série de problemas físicos. Com ele no time, Sampaoli tem tido mais confiança para escalar um sistema com três zagueiros. E quando o Santos tem a bola, Veríssimo muitas vezes fica mais posicionado como um lateral, liberando Victor Ferraz para ser, na prática, um armador por dentro.

No primeiro duelo entre os dois treinadores na temporada, na primeira fase do Campeonato Paulista, os times não passaram de um 0 a 0 no Allianz Parque. A expectativa das torcidas, desta vez, é ver gols em um duelo direto pela liderança do Brasileiro. Mas o certo é que, cada um ao seu modo, Palmeiras e Santos têm mostrado que defender também é uma arte no futebol.