Tite se incomoda com assunto Neymar e deixa polêmicas sem respostas
"Quando eu não quero falar, eu não vou falar" e "estou com dificuldade para responder vocês". As frases resumiram o tom da entrevista coletiva de Tite na convocação de hoje para a Copa América. O treinador fugiu de todos os temas polêmicos e chegou até a demonstrar irritação com as perguntas sobre o soco desferido por Neymar em um torcedor e uma eventual punição.
Sob a justificativa de que quer falar primeiro com o atleta antes de comentar publicamente, o treinador usou termos genéricos e sugeriu que um repórter fizesse outra pergunta quando percebeu que o tema ia ser novamente a presença do camisa 10 na lista.
Tite disse que comparar a punição a Douglas Costa por conta de uma cusparada com o soco de Neymar é "manipulação de informação" e tentou relembrar uma entrevista dada no passado para explicar as diferenças. No pré-Copa, quando a presença do craque também gerava dúvidas por conta de sua situação física, ele não se esquivava como fez agora.
Ao não comentar o tema de Neymar, Tite ficou atrás até de Thomas Tuchel, técnico do PSG, que criticou publicamente a situação de seu atacante. E é importante destacar que, em Paris, o brasileiro é um dos queridinhos dos investidores e sabidamente um dos mais influentes no vestiário, assim como é na seleção brasileira.
O comandante não quis nem comentar se a faixa de capitão continuará com a revelação santista. Vale lembrar que o treinador elegeu Neymar para o cargo depois da eliminação na Copa do Mundo da Rússia, em 2018, sob a justificativa que ele seria uma liderança e um exemplo a todos.
A retórica de não responder os principais questionamentos se repetiu com outros temas que tão logo saiu a convocação foram parar entre os mais comentados das redes sociais, como a ausência de Fabinho, por exemplo.
"Foi a mais difícil. Quando você abre a possibilidade de novos atletas, aumenta a concorrência. Ela foi incentivada para elevar o nível. Escolhe dois volantes entre Casemiro, Fernandinho e Fabinho? É duro. Tem que ter coerência. Não adianta arrumar lugar, não dá", despistou.
O gaúcho ainda repetiu uma frase que já virou seu bordão para falar sobre a pressão de conquista da Copa América por atuar no Brasil. "Eu sinto pressão desde o meu primeiro trabalho no Garibaldi".
Por fim, Tite não negou e nem confirmou que vai fazer uma visita ao presidente Jair Bolsonaro enquanto a seleção estiver em Brasília para o amistoso com o Qatar, no dia 5 de junho. Ele se limitou a dizer que não há nada programado. Vale destacar que, em outros tempos, o treinador sempre reiterou que futebol e política não deveriam se misturar.
"Na programação não tem nada veiculado a encontro [com Bolsonaro]. Tem a participação de apenas jogarmos, e isso a gente vai fazer. Não tem programação nenhuma", finalizou.
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