Por que craque de hat-trick na final da Champions não vai à Copa do Mundo
Ada Hegerberg mostrou porque é a atual detentora da Bola de Ouro feminina ao decidir a final da Liga dos Campeões ontem. Com três gols na vitória do Lyon sobre o Barcelona por 4 a 1 - e impressionantes 31 na temporada - a atacante de 23 anos será, entretanto, o principal desfalque da Copa do Mundo, que será disputada em junho, na França.
Por trás da ausência está o posicionamento de Ada em relação à forma como a Federação Norueguesa trata o futebol feminino. Autora de 38 gols defendendo seu país, Hegerberg não atua pela seleção desde 2017.
Vinda de uma família profundamente ligada ao esporte (os pais são treinadores e a irmã Andrine defende o PSG), Ada colocou sobre a mesa demandas de evolução do futebol feminino. Desde que parou de atuar pela seleção, se encontrou com representantes da Federação Norueguesa diversas vezes.
"O futebol é o maior esporte na Noruega para as mulheres e tem sido assim por anos, mas, ao mesmo tempo, as mulheres não têm as mesmas oportunidades que os homens. A Noruega tem um grande histórico no futebol feminino, mas é mais difícil agora. Nós paramos de falar sobre desenvolvimento e fomos superados por outros países", afirmou à CNN.
A federação adotou algumas medidas nos últimos anos, dentre elas aumentar a remuneração das mulheres. Para Ada, entretanto, a questão não é econômica: a atacante questiona a filosofia de trabalho implementada na seleção norueguesa, que não permite que as jogadoras expressem suas individualidades.
Hegerberg também questiona o que chama de "estratégia militar" da Noruega em tentar trazê-la de volta para a seleção, jogando a bola para seu lado com declarações à imprensa e tentando utilizar a culpa para voltar a contar com seus gols.
"Sempre foi questão de se encaixar em uma moldura. Mas você tem diferentes personalidades e ser espera que elas se encaixem nessa moldura. Nós não temos uma cultura que permite que você seja clara sobre o que quer dizer", disse ao jornal norueguês Aftenposten.
"Obviamente, eu adoraria jogar pelo meu país. Eu tenho sido muito crítica e direta com a federação sobre o que eu sentia que não estava bom o suficiente para a seleção e para a minha carreira", disse. "Eu sei o que quero, e conheço meus valores. Portanto, é fácil tomar decisões difíceis quando você sabe por quais valores vale a pena lutar. Sou verdadeira comigo mesma", afirma ao britânico Independent.
Se está afastada de sua seleção, Hegerberg já é parte de uma dinastia defendendo seu clube. A conquista da Liga dos Campeões de ontem foi a quarta consecutiva do Lyon, que conta com seis atletas dentre as 14 que disputaram a Bola de Ouro.
O Brasil estreia na Copa do Mundo no dia 9 de junho, diante da Jamaica, em Grenoble. Sem Hegerberg, a Noruega encara a Nigéria, no dia 8, em Reims.
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