Como o Cruzeiro de Mano perdeu solidez e levou 11 gols em cinco jogos
Quando se fala em Mano Menezes, a primeira imagem que surge para muitas pessoas é de um time sólido defensivamente. Mas isso não é o que tem acontecido no Cruzeiro. Desde o início do Brasileirão, o time mineiro convive com uma fase para lá de instável, sem vencer nenhum grande adversário e levando muitos gols, alguns deles não vistos há muito tempo. Posicionamento ruim e desorganização ajudam a explicar.
Os jogos do Cruzeiro até aqui no Brasileirão foram contra Flamengo, Ceará, Goiás, Internacional e Fluminense. Em apenas uma delas, a equipe saiu de campo sem levar gols. Quando saiu de Belo Horizonte, levou três do Fla e três do Inter, além de cair por 4 a 1 para o Fluminense na mais nova decepção celeste. Para se ter uma ideia, o Cruzeiro não sofria quatro gols em um jogo desde a estreia da Libertadores de 2018, quando foi à Argentina e caiu por 4 a 2 para o Racing.
O pior momento do Cruzeiro na temporada começou após a conquista do Mineiro. Nos primeiros tropeços, Mano minimizou as atuações justificando se tratar de um relaxamento natural após o título. Mas o tempo passou, o Brasileirão chegou e o cenário não melhorou. Em cinco jogos até aqui, foram onze gols sofridos, média de 2,2 por jogo, muito superior aos 0,89 alcançados na edição de 2018. Mais que a quantidade, a forma como saíram os tentos também chama atenção, com adversários entrando com liberdade pela área ou aproveitando sucessivos rebotes que o time celeste não conseguiu afastar. Em suma, "gols ridículos" nas palavras do seu comandante.
Nos últimos dias, os dois encontros com o Fluminense escancararam ainda mais algumas coisas. Pela Copa do Brasil, o empate em 1 a 1 ficou camuflado pelo fato de o time mineiro ter chutado somente uma vez ao gol, reflexo de uma postura muito passiva, além da desorganização do seu poderoso sistema ofensivo. Já no último sábado, a goleada sofrida por 4 a 1 deixou mais claro que o problema é coletivo. Nesses dois encontros, foram 43 chutes do tricolor contra apenas cinco da Raposa.
Engana-se também quem pensa que o alto número de gols sofridos é consequência apenas de uma zaga desatenta ou de falhas individuais. O meio-campo tem tido dificuldades para auxiliar na recomposição de jogo, deixando os defensores muitas vezes expostos. Em outros momentos, a equipe retoma a posse de bola, mas já não consegue mais subir ao ataque com a rapidez que virou uma das suas principais características. Essa falta de velocidade para atacar também prejudica muito um time que tem como proposta o jogo reativo e que explora bastante os contra-ataques, principalmente fora de casa. Reflexo disso foram as três derrotas para o Flamengo, Internacional e Fluminense, todas longe de Belo Horizonte. Agora a equipe terá uma semana inteira de trabalho para tentar começar a se reabilitar na tabela. Folgando no meio de semana, o clube só voltará aos campos no domingo que vem, contra o Chapecoense, no Independência.
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