Por que Mkhitaryan não vai ao Azerbaijão para defender o Arsenal em final
O Arsenal abdicou de levar o meia Henrikh Mkhitaryan para a decisão da Liga Europa contra o Chelsea, jogo marcado para o dia 29, em Baku, no Azerbaijão. Nascido na Armênia, país sem relações diplomáticas com a sede da final, o jogador acabou vetado por uma questão pura e simplesmente de segurança. Clube e atleta trataram de anunciar o desfalque hoje (21) pela manhã.
Armênia e Azerbaijão disputam a região do Nagorno-Karabakh desde 1994. O país palco da decisão da Liga Europa, diante do ambiente de tensão, nega vistos de entrada a cidadãos armênios, como Mkhitaryan. Esta situação burocrática, no entanto, seria resolvida tranquilamente pela Uefa, mas o clima de tensão afastou o meia definitivamente da chance de jogar a final.
A região alvo de disputa pertence ao território do Azerbaijão, mas possui ocupação armênia desde os tempos do Império Romano. Desde o fim da década de 1980, confrontos entre grupos dos dois países tornaram a relação tensa. A briga pelo controle de um local que briga pela independência tomou ainda maiores proporções depois do fim da União Soviética.
Em 1994, um tratado de paz a princípio encerraria o confronto, mas forças militares dos dois países desrespeitaram o cessar-fogo até meados de 2008, quando uma reunião intermediada pela Rússia diminuiu os episódios de violência. O legado de décadas de confronto, contudo, respingou em Mkhitaryan, já que a região ficou com o Azerbaijão.
O Arsenal, conforme publicou a BBC durante a semana, manteve conversas constantes com a Uefa para assegurar toda a segurança para o camisa 7 ir a Baku. A conclusão após reunião com o jogador, no entanto, foi pelo veto do grupo que viaja para a final.
O dilema sobre Mkhitaryan envolveu até políticos representativos nos dois países. Em entrevista recente concedida à Sky Sports, Tahir Taghizadeh, embaixador do Azerbaijão no Reino Unido, manifestou o desejo de conversar com o meia armênio e prometera uma operação especial de segurança para o Arsenal contar com o jogador na decisão contra o Chelsea.
"[Sobre abrir uma conversa com Mkhitaryan] Ele pode me contatar, absolutamente. Ficaria muito feliz em ter uma conversa com ele", afirmou o político, que, no entanto, confirmou o problema político causado com a possível presença do jogador em solo azeri.
"O problema é que ele visitou uma parte militar ocupada do Azerbaijão e sem autorização do governo. Isso implica em consequências, inclusive a presença na lista negra do governo. Mas, claro, damos todas as garantias de segurança", acrescentou o embaixador.
A Federação do Azerbaijão também se manifestou publicamente para dar todas as garantias de segurança para Mkhitaryan viajar ao país. Toda esta mobilização, no entanto, ainda era enxergada com desconfiança pelo Arsenal, segundo apuração da BBC com dirigentes do clube. A decisão tomada hoje reforça a preocupação.
Esta será a terceira vez que Mkhitaryan não viaja para o Azerbaijão. Em 2015, quando ainda defendia o Borussia Dortmund, o jogador ficou fora do duelo contra o Gabala, também pela Liga Europa. Já pelo Arsenal, o jogador desfalcou a equipe na primeira fase da atual edição da competição, em jogo contra o Qarabag, no último mês de outubro.
Pivô de um embate político e fora da final, o jogador acabou relegado a um segundo plano pelo técnico Unai Emery ainda durante a temporada e dificilmente começaria como titular o confronto do fim do mês.
Mkhitaryan começou como titular na competição, mas perdeu espaço durante a fase mais decisiva. Desde as oitavas de final, o meia foi titular apenas no jogo de ida contra o Rennes, quando o Arsenal acabou derrotado por 3 a 1.
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