Como Botafogo quer mudar discussão do VAR com pedido de anulação
Acima de requerimentos contra a arbitragem ou em prol da anulação da partida contra o Palmeiras, o Botafogo quer transformar toda a discussão que envolve a utilização do árbitro de vídeo (VAR) no jogo do último sábado em um "marco no futebol brasileiro".
O departamento jurídico do Alvinegro tem ciência de estar entrando em uma batalha que não promete ser fácil. Dentre os percalços que contam para que o jogo possa ser anulado, há o calendário apertado - que dificultaria uma data para um novo encontro - e os aspectos comerciais e políticos que podem envolver tal decisão. Porém, ainda assim, acredita-se ter elementos suficientes para que se obtenha um resultado positivo.
"A atitude do Botafogo vai fazer com que nenhuma arbitragem reinicie o jogo como aconteceu. O vídeo é claro, ele deu início ao jogo. No pior cenário vão manter o resultado, mas estamos contribuindo para a melhoria do futebol brasileiro. As questões extras são nossos maiores adversários", disse Domingos Fleury, vice-presidente Jurídico do Botafogo.
O pedido de anulação da partida, feito junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ontem (26), se baseia no princípio de que o árbitro não poderia mais consultar o VAR após permitir o reinício da partida.
Para fundamentar tal argumento, um vídeo será anexado aos documentos da defesa. Nele, com a imagem mais aberta, integrantes do corpo jurídico acreditam ser clara a percepção do momento em que o árbitro Paulo Roberto Alves Junior indica ao goleiro Gatito Fernandez que a bola fosse recolocada em jogo (logo depois, o arqueiro do Botafogo dá um passe para a ala esquerda).
"O árbitro sinaliza e determina o início da partida. Feito isso, não há outra interpretação. Só se mudarem a regra do jogo", disse um dos ouvidos pelo UOL Esporte.
Ainda assim, o Botafogo trata que, "no pior dos cenários", caso não consiga atingir o objetivo de anulação da partida, a pauta levantada possa fazer com que todo o trâmite envolvendo o VAR possa ser aprimorado daqui para frente, enxergando que possa haver uma melhoria no futebol brasileiro.
Relembre o lance
Em uma disputa de bola na área entre o zagueiro Gabriel e o atacante Deyverson, o palmeirense cai e o árbitro aponta simulação, inclusive, aplicando o cartão amarelo. Pouco depois, Paulo Roberto Alves Junior é chamado de pelo árbitro de vídeo, analisa o lance e volta atrás, marcando pênalti com a alegação de que Gabriel pisou em Deyverson.
Após a partida, o zagueiro alvinegro fez duras críticas à arbitragem.
Jogo anulado
Recentemente, o futebol brasileiro teve um caso de partida anulada. Em 12 de fevereiro, na primeira fase da Copa do Brasil, a Aparecidense recebeu a Ponte Preta e venceu o jogo por 1 a 0 - a Macaca chegou a empatar no fim, mas o lance foi anulado depois de grande confusão. Alegando interferência externa, o clube de Campinas acionou o STJD e o pedido foi acatado. Em novo encontro, no dia 3 de abril, triunfo da Aparecidense por 2 a 0.
Palmeiras já esteve "do outro lado"
No ano passado, o Palmeiras também esteve envolvido em caso de possível anulação, mas, na ocasião, "do outro lado". O Verdão pediu que a final do Campeonato Paulista, vencida pelo Corinthians, fosse anulada também com a alegação de interferência externa. À época, o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza marcou pênalti em Dudu, mas, após alguns minutos, voltou atrás.
O Palmeiras alegou ter imagens que mostravam Dionísio Roberto Domingos, então diretor de arbitragem da Federação Paulista de Futebol, saindo do túnel e conversando com a arbitragem. O jogo, porém, não foi anulado.
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