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Brasileirão - 2019

STJD analisará se juiz descumpriu regra em Bota x Palmeiras, diz presidente

Diego Souza  disputa a bola em jogo do Botafogo contra o Palmeiras - Vitor Silva/Botafogo
Diego Souza disputa a bola em jogo do Botafogo contra o Palmeiras Imagem: Vitor Silva/Botafogo

28/05/2019 22h40

O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo César Salomão Filho, afirmou que o Tribunal irá analisar se o árbitro não cumpriu a regra do VAR em Botafogo x Palmeiras.

"A imagem é analisada dentro de um contexto. O Tribunal não interfere na questão técnica da arbitragem. O que o Tribunal pode analisar é se o árbitro descumpriu a regra do jogo. Se, por ventura, ele descumpriu a regra do jogo, há uma infração disciplinar específica no código, e por isso ele pode ser julgado e condenado", declarou em entrevista ao Fox Sports.

O presidente do STJD ainda disse que o pedido do Botafogo de anulação da partida contra o Palmeiras poderá ser julgado no dia 7 de junho. "De acordo com a lei, eles [Palmeiras] têm dois dias para se manifestar. É provável que, se cumpridos os prazos, já seja julgado no próximo dia 7 de junho", disse.

Hoje mais cedo, o presidente do STJD acolheu o pedido do Botafogo, e o caso será distribuído para julgamento. O STJD recomentou que a CBF suspenda os pontos da partida.

Salomão levou em conta o que diz o artigo 84 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata sobre impugnação de jogos. O presidente considerou que a documentação reunida pelo clube carioca estava apta para ser analisada pelos auditores.

Os alvinegros se baseiam no protocolo do VAR da Fifa e no artigo 254 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). De acordo com o estabelecido pela entidade, "se o jogo parou e recomeçou, o árbitro só pode revisar um lance (no VAR) no caso de identidade trocada ou potencial expulsão".

O clube alega que o árbitro de vídeo não poderia ter sido utilizado para mudar o lance que resultou no pênalti em cima de Deyverson depois que o jogo já havia sido autorizado a ser reiniciado pelo árbitro Paulo Roberto Alves Júnior. O protocolo, no entanto, afirma que "a princípio, uma partida não é invalidada por causa de revisões sobre uma situação ou decisão não-revisável".

Já o código prevê um imbróglio jurídico em caso de aceitação do pedido de impugnação da partida, já que o resultado não seria homologado até uma decisão final, o que tiraria os holofotes do Brasileiro do campo para o tribunal. A atual cúpula do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que entende que nem mesmo um erro direito pode cravar a anulação do jogo, tem procurado interferir o mínimo possível no andamento das competições, o que também coloca um freio na ambição dos cariocas.

A esperança do Botafogo, no entanto, reside no fato de que o STJD anulou a partida entre Ponte Preta e Aparecidense, mas ali ficou comprovado que pessoas alheias ao jogo entraram no campo e conversaram com o juiz Leo Simão Holanda, que validou um gol e mudou de ideia 16 minutos depois.

Relembre o lance

Em uma disputa de bola na área entre o zagueiro Gabriel e o atacante Deyverson, o palmeirense cai e o árbitro aponta simulação, inclusive, aplicando o cartão amarelo. Pouco depois, o árbitro Paulo Roberto Alves Junior é chamado de pelo árbitro de vídeo, analisa o lance e volta atrás, marcando pênalti com a alegação de que Gabriel pisou no palmeirense.