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Como o Inter virou "cenário perfeito" para recuperação de Guerrero

Do UOL, em Porto Alegre

30/05/2019 04h00

Paolo Guerrero vive uma das melhores fases de sua carreira. Com oito gols em 12 jogos, artilheiro do Inter na temporada e já catapultado ao posto de ídolo da torcida, o peruano carrega a expectativa vermelha e branca. E o ambiente do time, do clube, e a confiança nele fizeram de Porto Alegre o cenário perfeito para recuperação.

Guerrero chegou a ser desacreditado. Depois de ser punido por doping, oscilou no Flamengo. Não chegou a ser, no Rubro-Negro, tudo que esperavam em sua contratação. Ficou um tempo afastado, disputou a Copa do Mundo através de uma liberação provisoria, e não encontrou acolhida para o momento difícil pelo qual passava.

Deixou o clube, acertou com o Colorado, e logo na chegada começou a entender como o Inter poderia ser o melhor lugar para voltar ao topo.

Idolatria imediata

Paolo Guerrero chegou sob comemoração da torcida. Festa no aeroporto, vibração em treino, apresentação estilo europeu, de cara já tinha cativado os aficionados. E nem mesmo a queda da liminar que o autorizava a jogar, retomando a pena que o fez ficar praticamente mais um ano parado, diminuiu a esperança que os torcedores tinham sobre ele.

Tão logo conseguiu voltar, a torcida foi só festa. Gauchão, Libertadores, Copa do Brasil, em todo torneio que esteve em campo foi celebrado. Até mesmo a convocação para seleção peruana, mesmo que preliminar, foi motivo de vibração dos torcedores do Inter.

Conhecido, e em um clube preparado

No Inter, Paolo Guerrero encontrou um conhecido: Rodrigo Caetano. O diretor executivo de futebol tinha trabalhado com ele no Rio de Janeiro e era admirador de sua capacidade técnica e de seu compromisso profissional. Foi um dos maiores defensores do movimento ousado, para o contexto financeiro do clube, que foi feito na chegada. E tratou de dar tranquilidade para entrada na equipe.

Como ficou muito tempo sem sequer poder treinar em clubes profissionais de futebol, Guerrero precisou de cuidados. Físicos, clínicos e até acompanhamento pessoal. E o Inter disponibilizou tudo isso, ciente do que esperar da capacidade do jogador.

Um time estruturado e coletivo

E o time também ajudou. Depois de voltar da Série B e passar por uma temporada de afirmação, o Inter manteve o mesmo treinador, a base da equipe, e aguardou a chegada de Paolo Guerrero totalmente estruturado. Com ideias claras de jogo e já compreendidas por boa parte do grupo, as peças que foram agregadas entraram no mesmo ritmo e transformaram o time no "cenário perfeito" para recuperação do comandante de ataque.

"O Paolo tem muita qualidade, mas aqui eu sempre trago para o coletivo. Toda direção que trabalhou na possibilidade de trazer ele. Ele aceitou a vinda, numa negociação difícil. Mas todos estão felizes. Ele é um jogador de muita capacidade, todos sabem disso. Mas eu sempre falo: não ganha nada sozinho. Ele é mais um jogador de qualidade, dentro de um grupo qualificado. A busca sempre foi por jogadores que não deixassem de manter o nível alto, porque precisaremos de todos. Tínhamos um coletivo preparado para ele, e ele entrou neste sentido. O Inter foi um lugar bom para ele vir, veio, está bem, e sempre falo no grupo, no coletivo que faz a diferença. Uma andorinha só vai até um pedaço. Mas todos juntos, fortes, firmes, com um só objetivo, tornam o time forte, como está o nosso", disse o técnico Odair Hellmann.

Classificado na Copa do Brasil, o Inter se prepara para encara o Avaí na próxima rodada do Brasileiro.

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