Fifa vê caso prematuro, mas pode punir Cruzeiro por transações irregulares
A Fifa já está ciente das investigações sobre suspeitas de falsidade ideológica, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro no Cruzeiro. Embora reconheça a possibilidade de aplicar punições a clubes ou jogadores, a entidade máxima do futebol prefere aguardar a conclusão das investigações para só então se posicionar sobre os próximos passos.
Em contato com a reportagem, um porta-voz informou que um posicionamento da Fifa neste momento seria considerado prematuro demais, e que qualquer procedimento tomado dentro da entidade daqui para frente permanecerá confidencial até que uma decisão seja oficializada. Apesar disso, o órgão reforça que o descumprimento do Regulamento Geral de Transferências pode gerar punições aos clubes, incluindo ficar sem contratar e registrar novos jogadores, além da perda de pontos ou até rebaixamento.
"Como regra geral, nos referimos ao artigo 18 dos Regulamentos sobre o Status e Transferência de Jogadores e para o parágrafo 6 da disposição acima mencionada, segundo a qual o Comitê Disciplinar da FIFA pode impor medidas disciplinares a clubes ou jogadores que não observem a proibição de propriedade de direitos econômicos por parte de terceiros", diz a nota.
No último domingo, uma reportagem exibida no Fantástico mostrou que o Cruzeiro fez um contrato cedendo os direitos econômicos de alguns atletas ao empresário Cristiano Richard. Dos dez jogadores, um deles é Estevão Willian, um garoto de 11 anos à época, apelidado de Messinho. O comportamento do clube vai contra as regras da Fifa, que não permite o repasse de direitos econômicos a terceiros em nenhuma hipótese. Além disso, a denúncia indica que o clube também feriu as regras da CBF e do Governo Federal.
Em entrevista coletiva na Toca da Raposa, o Cruzeiro falou que cedeu "garantias" para a obtenção do empréstimo. No entanto, especialistas afirmam que a justificativa não é suficiente para afastar o clube das acusações.
Durante a semana, jogadores tentaram tocar a rotina naturalmente enquanto o clube vivia sua crise interna e externa. A situação fora das quatro linhas gerou o esvaziamento do Conselho Fiscal, com todos os cinco membros pedindo renúncia do cargo. Presidente do Conselho Deliberativo, Zezé Perrella criou uma sindicância para acompanhar as denúncias de irregularidade e pediu ao presidente Wagner Pires os documentos antes negados pela diretoria aos membros do Conselho Fiscal.
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