Em carta, presidente da Fifa elogia Bolsonaro e sela amizade
A Fifa e o Palácio do Planalto voltam a ter relações cordiais. Numa carta enviada ao presidente Jair Bolsonaro, o presidente da entidade máxima do futebol. Gianni Infantino, deixou claro que uma nova fase na relação com o Brasil foi inaugurada.
A carta, obtida pelo UOL, foi enviada a Bolsonaro no dia 31 de maio. Tratava-se de uma resposta ao fato de o suíço ter sido recebido no Palácio pelo presidente, no dia 10 de abril.
A carta rompe de vez com um clima de tensão e suspeitas entre os últimos governos brasileiros e a Fifa. Durante o governo de Dilma Rousseff, a relação com a entidade máxima do futebol passou a ser problemática. Na época, o presidente Joseph Blatter ficou irritado com a ausência de Dilma na final da Copa das Confederações, em 2013. Depois do evento, Blatter escreveu uma carta para Dilma, se queixando de sua ausência.
Dilma e Michel Temer, ao assumir, evitaram ainda contatos com os dirigentes do futebol, muitos deles envolvidos em escândalos de corrupção.
Infantino, por meses, também foi cauteloso em sua relação com o Brasil diante dos escândalos de corrupção e da permanência de Marco Polo Del Nero na presidência da CBF.
A carta do final de maio, porém, é uma demonstração de uma nova fase entre a Fifa e o Brasil. Del Nero foi banido do futebol, ajudando a Fifa a virar a página de uma de suas piores crises.
Infantino, que passou a tratar com a CBF de Rogério Caboclo, também entendeu que a relação entre Zurique e Brasília precisava ser restabelecida.
A carta, portanto, é uma demonstração dessa nova fase. "No mês passado, a delegação da Fifa voltou a Zurique cheia de lembranças inesquecíveis e tendo feito novos amigos", escreveu Infantino a Bolsonaro. "Em nome de toda a delegação, gostaria de lhe agradecer pela hospitalidade e a audiência que nos concedeu", disse.
"As conversas que tivemos na presença do novo presidente da CBF, Rogério Caboclo, foram marcadas por um tom de amizade e respeito mútuo", escreveu Infantino. "Foi um grande prazer conhecer a sua visão do futebol, não apenas em relação ao seu país. Mas em todo o mundo", disse. "Ambos coincidimos que o futebol é uma ferramenta poderosa de união de pessoas e países do mundo inteiro", escreveu o suíço.
De acordo com a carta, o encontro ainda serviu para debater o papel do futebol no Brasil. "Os momentos especiais que compartilhamos durante o nosso encontro nos permitiram trocar muitas ideias sobre como desenvolver ainda mais o futebol no Brasil, aumentar a contribuição deste nosso esporte na economia e sobre o papel importantíssimo que todos os esportes - e o futebol em especial - desempenham nos jovens", disse.
"Sem dúvida foi uma oportunidade única", insistiu Infantino, sobre a abertura de Bolsonaro a sua equipe.
"Posso lhe garantir que esta visita renovou minha determinação para fortalecer o desenvolvimento do futebol no seu país, dando toda a assistência necessária", escreveu.
Para Infantino, 2019 será um ano "muito importante para o futebol brasileiro. "Aproveito a oportunidade para agradecer o seu compromisso e esforço em prol da Copa América e da Copa do Mundo Sub-17 que, sem dúvida, serão inesquecíveis", completou o suíço, desejando "muito sucesso" a Bolsonaro.
Na pré-agenda de Bolsonaro para o mês de junho, o Palácio do Planalto incluiu sua participação na abertura da Copa América, em São Paulo.
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