Cinco motivos ajudam a explicar situação do Grêmio no Brasileirão
O péssimo início de Campeonato Brasileiro do Grêmio não é resultado de uma equação qualquer. Com apenas uma vitória depois de sete rodadas, o time gaúcho se defende das críticas citando o título estadual e as classificações na Copa do Brasil e Libertadores. Apesar dos êxitos, a temporada toda tem problemas crônicos e o preço tem sido pago no Brasileirão.
O UOL Esporte mostra cinco motivos que ajudam a entender o atual quadro e como a saída do fundo da tabela pode não ser tão simples e rápida.
Lado direito é início de tudo
Ramiro foi liberado ao Corinthians e, com isso, o Grêmio perdeu seu curinga do meio-campo. É bem verdade que o desempenho dele na última temporada não havia sido bom, mas desde que o negócio foi concretizado ninguém se consolidou como novo titular da função. Marinho abriu 2019 como principal candidato, mas até já foi liberado ao Santos. Alisson, Montoya, Matheus Henrique e Thaciano foram testados ali. Diego Tardelli já manifestou desejo de atuar na função.
O problema é encaixar as novas características com a estrutura do restante do time. Com Ramiro, entre 2016 e 2018, o Grêmio tinha grande poder de recomposição. Intensidade. Nenhum outro nome do elenco casou bem com as tarefas que a função ganhou no modelo de jogo aplicado por Renato Gaúcho. O próprio treinador já admitiu publicamente que sofre com a substituição do antigo camisa 17.
Desfalques
A situação dos zagueiros pode saltar aos olhos, mas não é fato isolado. O Grêmio chegou a jogar pelo Campeonato Brasileiro sem nove jogadores à disposição. O time sentiu as mudanças e respondeu com problemas de entrosamento. O jogo orgânico de posse e domínio deu lugar a atuações baseadas em jogadas individuais ou atributos distintos - jogo aéreo, bola longa e verticalidade no lugar de ataque posicional.
Com problemas físicos, Maicon atuou em apenas três das sete rodadas do Brasileirão. Sem o camisa 8, o time se mostrou carente de criatividade.
Reforços não deslancharam
Walter Montoya, Rômulo, Júlio César, Felipe Vizeu, Diego Tardelli e Rafael Galhardo. Nenhum dos reforços contratados pelo Grêmio em 2019 se tornou titular absoluto. Entre os seis contratados, quem vive melhor momento às vésperas do recesso para Copa América é Vizeu. Mas ainda bem longe da expectativa criada quando o empréstimo foi anunciado.
Ok, o Grêmio se enxerga como um time experiente e com base mantida. Mas depois de duas temporadas sendo visto como forte candidato em todas as competições, o próprio clube esperava que tivesse acréscimos capazes de adicionar novidade no modelo de jogo ofensivo.
Luan fora
Se a ausência de Maicon impacta o jogo do Grêmio, imagine não ter o principal nome do time de 2015 para cá. Depois de superar a fascite plantar que encurtou a temporada passada, Luan não voltou bem. Sob alegação de déficit físico, o camisa 7 foi afastado da equipe por duas semanas. Retornou ao time e não conseguiu reproduzir boas atuações, nem mesmo com lampejos decisivos. Agora, se recupera de lesão muscular e tem futuro incerto.
Se em 2016 e 2017 Luan foi o centro do time, em 2018 perdeu status de peça-chave para Everton. Na atual temporada, nenhum dos dois entregou tudo que se esperava deles. É verdade que o ritmo coletivo do time ajudou a impactar nisso, mas especialmente com Luan o resumo é que houve regressão enorme em termos de projeção. O time sentiu em campo a falta de um elemento que flutuava bem no ataque e sustentava a filosofia de mobilidade total.
Cultura recente
O Grêmio de Renato Gaúcho se acostumou a valorizar o mata-mata e deixar o Campeonato Brasileiro em segundo plano. Em 2017, o clube venceu a Libertadores e a decisão se justificou. No ano passado, o time gremista parou na semifinal do torneio. A cultura recente se resume na ideia de que é possível obter recuperação em um campeonato de pontos corridos. Nos duelos eliminatórios não há espaço para equívocos. Com isso, sempre que for minimamente necessário priorizar algum jogo, o mata-mata leva vantagem.
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