Inter ignora pressão financeira e crê que poderá "escolher" melhor negócio
O Inter, a exemplo da maioria dos clubes brasileiros, não vive situação financeira tranquila. Vender jogadores é uma realidade para ter a possibilidade de reforçar o elenco ou ainda garantir um fim de ano longe de qualquer percalço. No entanto, o Colorado não se vê pressionado e acredita que poderá "escolher" o melhor negócio a fazer na próxima janela de transferências.
O mercado europeu costuma investir mais na janela que se avizinha. Isso porque a temporada irá começar por lá, e os clubes costumam gastar mais em reforços que possam abrir os trabalhos nas novas equipes.
O Internacional não faz uma grande venda desde a ida de William para o Wolfsburg, da Alemanha. Foi em junho de 2017 e movimentou 4 milhões de euros (R$ 17,3 milhões na cotação atual). Depois disso, o clube se sustentou com saídas de atletas que estavam emprestados, como a ida de Anselmo para o Al-Wehda e o empréstimo de Valdívia ao Al-Ittihad, ambos em 2018.
Além dos lucros com percentuais de formação e direitos econômicos de atletas que haviam saído há mais tempo. Isso ocorreu com Alisson, quando trocou a Roma pelo Liverpool, e Fred, quando deixou o Shakhtar Donetsk para assinar com Manchester United.
Agora, porém, a possibilidade de venda é concreta. Com Rodrigo Dourado lesionado, a chance maior é a saída de Iago, que desperta o interesse do Porto, de Portugal, do Sevilla e do Atlético de Madrid, da Espanha, e de um clube alemão mantido em sigilo.
Mas nem mesmo a pressão pela carência financeira ou a chance de colocar nos cofres cifras mais altas modificam a postura. Segundo a direção do Inter, o clube tem condições de escolher o melhor negócio e não vai aceitar qualquer proposta apresentada. Algumas já foram, inclusive, rejeitadas.
"Uma coisa é a necessidade financeira do clube, para chegar com tranquilidade ao fim do ano ou poder reinvestir qualificando o grupo, outra é aceitar qualquer proposta. Isso não se cogita. O Inter é muito grande e o torcedor, o associado, nos permite uma receita grande. E isso nos dá segurança para direcionar, escolher o jogador que a gente entende que, além de nos dar retorno financeiro maior, também vai nos causar uma perda técnica menor. E isso nos permite escolher, digamos assim, o melhor negócio", disse o vice de futebol Roberto Melo.
Ainda com possibilidade de saída, William Pottker seria o jogador que faria a equipe perder menos tecnicamente hoje. Reserva na equipe de Odair Hellmann, o atacante de lado de campo está atrás de Guilherme Parede, além dos titulares Nico López, D'Alessandro e Guerrero.
"Estamos numa situação bem melhor. Se pensarmos há um ou dois anos, não tínhamos quase cogitação de jogadores que despertavam interesse em equipes do exterior. Hoje são vários. Temos jogadores convocados para seleções nacionais, de base, como Iago e Bruno Fuchs que disputam o Torneio de Toulon com a seleção brasileira, temos jovens que estão indo muito bem. Só quem ganha é o Inter. A campanha que temos feito permite que chamem atenção. E o Iago, por exemplo, mesmo tendo chegado propostas, nós conseguimos recusar enquanto não entendermos que aquela proposta é no mínimo razoável ou irrecusável para a venda do atleta", completou o dirigente.
O recesso nas competições de clubes para a realização da Copa América será o momento em que o Internacional irá movimentar o grupo. Até agora, o Colorado realizou apenas sondagens e não consolidou reforços ou saídas para o time principal.
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