Caso Neymar: Polícia Civil não prevê acareação entre Najila e Neymar
A possibilidade de acareação não está nos planos da Polícia Civil na investigação da acusação de estupro contra Neymar, hipótese que foi divulgada em alguns veículos de imprensa. O principal motivo é não colocar uma mulher vítima de crime sexual frente à frente do suposto agressor.
A lógica dos boletins de ocorrência registrados nas delegacias de Defesa da Mulher é tratar a denunciante como vítima e fazer de tudo para preservá-la, inclusive no aspecto psicológico. Este cuidado aparece em todas as fases do inquérito policial que apura a denúncia de Najila Trindade contra Neymar. Um exemplo de aplicação foi o depoimento de ontem (07/06), quando ela foi ouvida por três delegadas e uma escrivã - nenhum homem estava presente. A presença de homens foi evitada porque ela falaria de situações íntimas e seria ainda mais delicado revelar detalhes frente a um delegado ou escrivão.
Outro fato que corrobora essa tese aconteceu quando ela manifestou sintomas de que passava mal. Primeiro, foi providenciado um lanche. Como Najila sentiu as pernas amolecerem e precisou ser amparada, foi levada em uma viatura policial até a unidade de saúde em que havia profissionais de confiança dela. Ela inclusive chegou e saiu da delegacia em uma viatura da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher. Com este princípio de proteção à vítima, uma acareação não faz sentido.
Entre os próximos passos está o depoimento do jogador Neymar. A Polícia Civil não revela data, mas a advogada do atleta Maíra Fernandes disse na última sexta-feira (7) que o cliente deve comparecer à delegacia no início da semana. A representante do atacante ressaltou que não será na segunda-feira (10).
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