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Escolha por Willian mostra que Tite deixa renovação em segundo plano

Tite observa o amistoso da seleção brasileira contra o Qatar - Mateus Bonomi/AGIF
Tite observa o amistoso da seleção brasileira contra o Qatar Imagem: Mateus Bonomi/AGIF

Danilo Lavieri, Marcel Rizzo e Pedro Lopes

Do UOL, em Porto Alegre

08/06/2019 04h00

A escolha de Tite por Willian no lugar de Neymar para a disputa da Copa América reforça que, neste momento, o treinador prioriza o resultado. A busca pelo título da competição disputada em solo brasileiro é fundamental para que o comandante consiga manter seu trabalho sem ser ameaçado de demissão.

É por isso que ele dá chances a atletas que já conhecem o seu estilo de trabalho e segura alguns dos que se destacaram na última temporada, como o jovem Vinicius Junior, do Real Madrid, Lucas Moura, do Tottenham, e Dudu, do Palmeiras. Os dois últimos podem não ser tão novos, mas tem cerca de quatro anos a menos que Willian.

O comandante já explicou o critério usado para a formação de seu grupo mais de uma vez. Ele dividiu o ciclo até o próximo Mundial em três e, agora, coloca em prática os planos de médio prazo, deixando jovens que chamam a atenção no momento e que podem ser destaque daqui a três anos em uma espécie de "fila de espera".

É nesta linha que o treinador chama nomes que estão com ele desde 2016, mesmo que não tenham correspondido nas horas mais importantes. É o caso de Willian, que completa em agosto 31 anos e teve raros bons momentos no Mundial da Rússia, e de Fernandinho, apontado por boa parte da torcida como um dos responsáveis pela queda diante da Bélgica, nas quartas de final.

Entre os possíveis substitutos, Willian não era o que mais se aproximava de Neymar na característica técnica. Vinicius Junior, do Real Madrid, por exemplo, é um dos que mais se destacavam pela qualidade de improvisar, driblar e quebrar linhas dos adversários.

Nos amistosos que fez da Rússia até aqui, ele ganhou confiança em poucos nomes diferentes. Entre os titulares, apenas Arthur e Richarlison não foram para a Copa do Mundo. Daniel Alves só não jogou a competição porque se machucou.

Entre os reservas, os que não estiveram na Rússia em 2018 são: Militão, Alex Sandro, Allan, Paquetá, David Neres e Everton. Eles ocupam espaços que foram ocupados por nomes como Pedro Geromel, Marcelo, Paulinho, Douglas Costa, Fred e Taison, por exemplo.

A lógica de manter aposta em jogadores que não tiveram boas temporadas, mas que já estão adaptados ao trabalho de Tite também se repete com outros atletas que estão na lista desde o início, como é o caso de Philippe Coutinho, que fez uma de suas piores temporadas desde a chegada ao alto escalão da Europa, e Gabriel Jesus, que viveu temporada irregular no Manchester City.