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Tite testa a popularidade da seleção sem Neymar antes da Copa América

Philippe Coutinho atende torcedora no Beira-Rio, após treino da seleção brasileira - Pedro H. Tesch/AGIF
Philippe Coutinho atende torcedora no Beira-Rio, após treino da seleção brasileira Imagem: Pedro H. Tesch/AGIF

Danilo Lavieri, Marcel Rizzo e Pedro Lopes

Do UOL, em Porto Alegre

09/06/2019 04h00

Brasil x Honduras no Beira-Rio, em Porto Alegre, às vésperas de uma Copa América. Tite vive neste domingo (9), às 16h (de Brasília), um roteiro parecido com seu antecessor, Dunga, que em 2015 venceu o time da América Central por 1 a 0 na capital gaúcha pouco antes de viajar para o torneio continental no Chile. As vaias e gritos de olé para o adversário, mesmo com o triunfo, marcaram o início da pressão sobre Dunga que culminaria em queda pouco mais de um ano depois.

Tite começa a testar a popularidade da seleção sem Neymar, que, machucado, foi cortado da Copa América-2019. Num primeiro momento, a recepção foi positiva. Milhares de torcedores acompanharam o treino neste sábado (8) à tarde, no Beira-Rio, e gritaram por Alisson, Coutinho, Jesus, Firmino, o próprio Tite, e outros que tentarão ocupar o espaço deixado pelo camisa 10 (número que Willian herdou). Mas o terreno é hostil, e não apenas Porto Alegre.

Quando assumiu, em meados de 2016, Tite levou a seleção de volta ao Sul e ao Sudeste do país, regiões evitadas por Dunga por considerá-las mais críticas. Das oito partidas que a seleção fez com Tite no país, duas foram em São Paulo, uma no Rio, outra em Belo Horizonte e uma quinta em Porto Alegre - a segunda na capital gaúcha será a deste domingo. Houve uma no Amazonas e outra no Rio Grande do Norte, que haviam sido marcadas antes da era Tite começar, e a de Brasília na quarta passada, jogo da lesão de Neymar e onde a receptividade foi positiva, mesmo cm a ausência do craque logo no começo da partida contra o Qatar.

Na Copa América o Brasil terá dois jogos em São Paulo na primeira fase, a estreia contra a Bolívia no Morumbi, dia 14 de junho, e o fechamento frente o Peru, na Arena Corinthians, dia 22. A torcida paulista costuma ser exigente e há vários momentos da história da seleção em que houve vaias, e não só vaias - em 2000, sob o comando de Leão, teve até bandeirinhas atiradas no gramado em vitória sobre a Colômbia por 1 a 0.

Se terminar em primeiro no Grupo A, o caminho do Brasil será Porto Alegre e Belo Horizonte até a final no Maracanã, no Rio.

"Recepção boa, atmosfera absurda. Quando decidimos abrir o treino hoje, sabíamos que o nível da concentração baixa. Falei para os jogadores, vamos nos concentrar, dá para ter os dois [concentração e torcida]. Queremos essa atmosfera", disse Tite.