Conheça a Banda Didá, grupo chamado por Galvão de "Olodum feminino"
O Olodum é o símbolo do intervalo da Globo em jogos da seleção brasileira masculina em Copas do Mundo. Na primeira transmissão de uma partida do Brasil em Mundiais femininos, a emissora tentou repetir a fórmula e trouxe como surpresa o que seria o "Olodum feminino", anunciado por Galvão Bueno. Nas ruas do Pelourinho, em Salvador, mulheres tocavam os instrumentos em uma festa que alegrava o narrador.
O problema é que aquele grupo em nada tinha relação com o Olodum.
Quem animou a transmissão da Globo foi a Banda Didá Feminina, grupo composto apenas por mulheres e fundado por Neguinho do Samba há 25 anos. Em 2014, elas estiveram na festa de encerramento da Copa do Mundo, tocando junto com Carlinhos Brown e Shakira.
"Somos criadas pelo mestre Neguinho do Samba, que foi o criador do samba reggae, que regeu o Olodum por muitos anos. Amamos o Olodum, mas não somos e nem temos nenhum vínculo com eles. Nada contra o Olodum, que a gente ama, admira, mas somos da banda feminina", explicou Viviam Caroline, relações públicas e diretora de projetos da Didá.
A confusão dos nomes foi repetida por Galvão pelo menos três vezes durante a partida entre Brasil e Jamaica. Apenas depois do jogo, em filmagem do SporTV, a confusão foi desfeita e o nome da Banda Didá foi dito.
A ideia do bloco é se apresentar em todos os jogos da seleção brasileira feminina na Copa do Mundo. "Desde a última Copa do Mundo feminina nós fazemos essa torcida de mulheres no Pelourinho, na nossa sede aqui na rua. Reunimos percussionistas, familiares, tudo para vibrar pela seleção feminina de futebol".
O próximo compromisso das comandadas do técnico Vadão será na quinta-feira (13), contra a Austrália, pela segunda rodada do Grupo C da Copa do Mundo.
Na luta por igualdade
Apesar de ter 80 integrantes, a Didá não é apenas um bloco-afro carnavalesco. As batidas no tambor dividem espaço com ações sociais. O objetivo é lutar pela igualdade entre homens e mulheres no esporte e fora dele, por meio de aulas de arte, música, entre outros.
"A Didá é um projeto social que vem cuidando desse empoderamento feminino há 25 anos para, além de torcer, chamar atenção para a necessidade de essas mulheres receberem o apoio da sociedade, dos patrocinadores, da mídia. Não há por que ter um tratamento tão diferenciado entre homens e mulheres dentro do esporte", prosseguiu Viviam.
"Desde a nossa fundação, nunca paramos de funcionar. Recebemos crianças, mulheres, não apenas para ensinar música, arte, mas para desenvolver esse aspecto social, político, esse aspecto crítico do pensamento. Saber por que nós estamos tocando e por que é tão importante tocarmos".
O próximo projeto da Didá é a produção de um documentário para contar a história dos 25 anos do grupo, o primeiro de samba-reggae composto integralmente por mulheres. Para isso, iniciaram uma campanha na internet para arrecadar fundos para o filme.
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