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Ex-presidente da Unimed volta ao Flu sem força da empresa e com novo papel

Celso Barros vota durante eleição do Fluminense - Mailson Santana/Fluminense
Celso Barros vota durante eleição do Fluminense Imagem: Mailson Santana/Fluminense

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/06/2019 04h00

Ex-presidente da Unimed durante todo o período em que a empresa de planos de saúde patrocinou o Fluminense, Celso Barros foi uma espécie de primeiro-ministro do futebol tricolor entre 1999 e 2014.

Durante esses 15 anos, contratou (e demitiu) treinadores, trouxe craques de renome como Deco, Fred e Thiago Neves, e viu o clube colecionar duas taças do Brasileiro, uma da Copa do Brasil e três do Carioca. Eleito vice-presidente geral na eleição que deu a vitória a Mario Bittencourt, ele volta ao clube como o homem forte do futebol, mas vai reencontrar um departamento enfraquecido pelas dívidas e sem muito poder de fogo para investir.

A ideia é que Celso seja os olhos do novo presidente no dia a dia do centro de treinamento, jogos e viagens. O novo organograma prevê que ele estará subordinado à presidência, mas com plenos poderes para comandar o carro-chefe do clube, incluindo aí o time feminino e as equipes de base.

Na época de vacas gordas, Barros notabilizou-se pela personalidade forte e pela capacidade de injetar recursos. Figura assídua nos vestiários do Flu ao longo da época do patrocínio, prometia e pagava premiações gordas em casos de vitória. Com o Flu incapaz de gerar receitas variadas e relevantes, ele terá de lidar imediatamente com uma realidade de um elenco que está com atraso de dois meses de salários e outros cinco de direito de imagem abertos. Ele admite que a crise econômica aponta para um clube em dificuldades, mas aposta em seu currículo para reverter a situação.

"Estou absolutamente consciente de que volto em uma nova posição. Nem sempre a questão financeira (do patrocínio) foi extraordinária, mas depois do título brasileiro isso sobressaiu. A situação é diferente da daquela época, mas tenho história e credibilidade. Já sinto isso no mercado", afirmou Barros ao UOL Esporte.

Sem ter como competir com os rivais mais ricos, o dirigente pretende incrementar a área de observação e scout do clube, que tem sido importante na hora de garimpar jogadores de custo mais baixo e que estejam longe dos holofotes. Ele garantiu à reportagem que o diretor Paulo Angioni permanece à frente do clube, assim como o supervisor Rodrigo Henriques.

"E o Fernando Diniz é o técnico, não tem a menor dúvida em relação a isso. O que posso dizer é que a presença será permanente, Nós temos de sair da situação de apequenamento na qual nos encontramos", acrescentou ele.

A médio prazo, o plano é trazer novamente jogadores identificados com a torcida, mas não há verba para aquisição de direitos. Antes mesmo do resultado das urnas, os nomes de Fred, Thiago Silva, Marcelo e Thiago Neves foram comentados por integrantes da campanha, mas as operações só terão sucesso caso estes jogadores topem se adequar à realidade tricolor, que está muito distante dos anos em que Barros fazia investimentos em reforços por intermédio da ex-parceira.

A composição política que permitiu que o médico exercesse novamente um papel de protagonista no clube começou a ser costurado depois da eleição de 2016, quando foi derrotado por Pedro Abad e viu Mario Bittencourt terminar com a segunda colocação. Ao se aproximar do novo mandatário, ajudou a compor uma chapa forte e que venceu o pleito por larga margem.

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