Polícia Civil registra BO contra Najila por afirmação de estar 'comprada'
Policiais civis de São Paulo registraram na noite de ontem um Boletim de Ocorrência contra Najila Trindade Mendes de Souza, a mulher que acusa o atacante Neymar de agressão e estupro. Ela é acusada de difamar a corporação, "imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação".
No mesmo dia, em entrevista ao SBT, Najila questionou a conduta das autoridades que conduzem a investigação, em especial a respeito da questão do alegado arrombamento de seu apartamento. No local, Najila guardaria um iPad preto com o vídeo completo que registrou de seu segundo encontro com Neymar em Paris, que comprovaria as acusações feitas contra o atleta.
O tablet, porém, ainda não foi apresentado por ela - que, por sua vez, afirma que o objeto foi furtado quando o apartamento foi arrombado.
"A polícia está comprada, não é, ou não? Estou louca?", disse Najila ao SBT. A declaração foi repudiada pela Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp).
No BO registrado, o delegado titular da Equipe de Intervenção Estratégica da 6ª Delegacia Seccional de Polícia de Santo Amaro, José Fernando Machado Bessa Júnior, alega ter tomado ciência da matéria jornalística veiculada pelo UOL Esporte, na qual Najila fez as seguintes declarações.
"Desta feita, analisando o teor das declarações de Najila à imprensa, sobretudo quando questionada acerca das digitais colhidas na porta de seu apartamento, verifico ter sido maculada não só a honra da Polícia Civil do Estado de São Paulo como instituição (sendo, inclusive, tais declarações, através de nota conjunta da Associação dos Delegados de Polícia Do Estado de São Paulo e do Sindicato da mesma classe, devidamente repudiadas), mas, sobretudo à honra objetiva dos servidores lotados no IIRGD, responsáveis pela coleta do material papidatiloscópico", diz o BO.
"Assim sendo, visando obter a condição objetiva de procedibilidade para instauração do competente Inquérito Policial com o fim de apurar os fatos supradescritos, um ofício deverá encaminhado ao IIRGD, objetivando o comparecimento dos policiais responsáveis pela coleta da prova material no apartamento da investigada, para que estes prestem declarações acerca do ocorrido e, caso sintam-se atingidos em sua honra, apresentem eventuais representações na forma preconizada pela lei (Artigos 141, inciso II e 145 parágrafo único, ambos do Código Penal)", completa o texto.
Na nota conjunta citada pelo BO, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) e a Adpesp repudiaram com veemência as declarações de Najila. O texto foi divulgado ontem pelas duas entidades e é assinado por Raquel Kobashi Gallinati, presidente do Sindpesp, e Gustavo Mesquita, presidente da Adpesp.
Diz a nota:
"Antes de mais nada, reafirmamos nossa solidariedade a toda e qualquer vítima de violência de gênero e o compromisso da Polícia Civil do Estado de SP em combater com rigor este tipo de crime. Todavia, não podemos tolerar que afirmações sem qualquer fundamento venham a macular a honra de policiais e a imagem de toda uma instituição."
"Com quase 200 anos de história, a Polícia Civil de São Paulo é um órgão respeitado e que possui em seu quadro servidores competentes que desenvolvem seu trabalho com seriedade, comprometimento e respeito máximo às normas legais vigentes."
"Toda investigação realizada pela Polícia Civil é inequivocamente regida pelos princípios da isenção e imparcialidade, e seu único compromisso é com a busca pela verdade. A Polícia Judiciária se mantém firme em seu caráter investigativo, que exige independência absoluta em sua atuação."
"Reafirmamos, assim, nossa estrita confiança no trabalho da delegada de polícia que preside a investigação, na equipe do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) - referência nacional em identificação digital -, bem como nos demais policiais civis que nela labutam, com a certeza de que a Polícia Civil bandeirante seguirá prestando um serviço responsável, ético e de qualidade à sociedade."
A Secretaria de Segurança Pública enviou nota à reportagem exaltando o trabalho das autoridades envolvidas no caso:
"A Polícia Civil do Estado de São Paulo atua no estrito cumprimento do seu dever com absoluta transparência, isenção e imparcialidade. Trata-se de uma instituição centenária, formada por homens e mulheres de caráter, que diariamente colocam suas vidas em risco em busca da Justiça e a defesa da sociedade. A coleta de impressão digital é apenas uma parte do processo investigativo que está em curso pela 6ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Todas as circunstâncias relativas aos fatos estão sendo apuradas. O Instituto de Identificação Ricardo Gumbletom Daunt (IIRGD) recebeu somente neste ano, mais de 2.000 casos, sendo mais de 500 esclarecidos pelo trabalho do instituto".
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