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Barradão "raiz" recebe Argentina e Brasil antes de virar Arena

Messi e outras estrelas, como Aguero, Dybala e Di Maria, fizeram quatro treinamentos no estádio do Vitória - Divulgação/AFA
Messi e outras estrelas, como Aguero, Dybala e Di Maria, fizeram quatro treinamentos no estádio do Vitória Imagem: Divulgação/AFA

Gabriel Carneiro

Do UOL, em Salvador

14/06/2019 04h00

Causou estranheza em muita gente ver a seleção da Argentina recheada por estrelas internacionais como Messi, Dybala, Aguero e Di Maria treinar no Barradão, estádio do Vitória e que está distante do propagado "padrão Fifa".

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O local não obedece parte daqueles requisitos básicos da entidade máxima do futebol, como distância entre cadeiras, túneis de acesso, espaço entre linha lateral e divisória das arquibancadas, entre outros, que são padronizados em competições internacionais. O Barradão, motivo de orgulho para o torcedor rubro-negro da Bahia, foi inaugurado em 1986, passou por poucas reformas ao longo dos últimos anos e mantém o aspecto "raiz". Até o churrasco no estacionamento e a arquibancada de cimento são particularidades do estádio.

Barradão - Divulgação/Vitória - Divulgação/Vitória
Estádio do Vitória foi inaugurado em 1986
Imagem: Divulgação/Vitória

A seleção da Argentina, com seus craques mais do que acostumados aos maiores e mais padronizados estádios do mundo, treinou quatro dias no Barradão como preparação para a estreia na Copa América, sábado, contra a Colômbia - os adversários treinaram no estádio do Pituaçu, que também não apresenta condições estruturais impecáveis. Nos próximos dias está programado no Barradão pelo menos um treino da seleção brasileira, que joga a segunda rodada na Arena Fonte Nova diante da Venezuela.

Não houve qualquer tipo de reclamação pública da delegação da Argentina a respeito das condições do Barradão. Houve reforço de segurança em razão da localização do estádio e questões pontuais, como a qualidade do gramado ou dos vestiários, haviam sido aprovadas na vistoria original dos argentinos. Tudo isso era motivo de preocupação da federação local, que teve acesso aos relatórios do programa "Estádio+", divulgado pelo Ministério do Esporte em 2016.

Nestes documentos, o Barradão é colocado em pé de igualdade com estádios como Moisés Lucarelli, da Ponte Preta, e Arruda, do Santa Cruz, e recebe apenas duas estrelas em cinco possíveis. Segurança, conforto e acessibilidade foram os principais problemas relatados no laudo. Até o Lomantão, em Vitória da Conquista, teve mais elogios.

"Na realidade nosso gramado passou por uma reforma há pouco tempo. Os argentinos estão satisfeitos, até pela receptividade que estamos dando a eles, e nós temos prazer em mostrar nosso estádio. Aqui em Salvador o único clube que realmente tem uma praça esportiva é o Vitória. Temos um complexo, com seis campos de treinamento e mais o nosso campo de jogo, é tudo dentro de um mesmo espaço de 300 mil m². Basicamente temos um padrão muito bom, elogiado por todos os treinadores", diz Haroldo Tavares, gerente de patrimônio do Vitória.

Barradão Argentina - Divulgação/AFA - Divulgação/AFA
Imagem: Divulgação/AFA

Mas o dirigente também conta uma novidade: o Barradão em breve deixará de ser "raiz".

"Na realidade temos o projeto da construção de uma arena, um projeto supermoderno que iniciou há dois anos, mas tem sido adiado. Estamos em fase de busca de parceiros e investidores e deu uma parada porque tivemos mudança de diretoria e tal. Está se pensando daqui um ano e pouco começar a transformar o Barradão em arena. Esse negocinho de reforma pequena, remenda aqui, remenda ali, não é mais o conceito. O conceito hoje é viabilizar o projeto da arena", relata Tavares.

Enquanto não ganha ares de modernidade, o Barradão segue como casa das seleções e craques que disputam a Copa América. Mas o que a torcida do Vitória se preocupa de verdade é com o retorno do time ao estádio, em 13 de julho. É que a pausa todinha da Copa América será como lanterna da Série B do Brasileirão.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Ao contrário do que foi publicado anteriormente, o complexo do Vitória tem 300 mil m².