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Hoje com moral, interino do Atlético-MG foi bancado por presidente em 2018

Rodrigo Santana, técnico do Atlético-MG - Bruno Cantini/Atlético-MG
Rodrigo Santana, técnico do Atlético-MG Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

15/06/2019 04h00

Sérgio Sette Câmara bancou Rodrigo Santana no Atlético-MG. Em agosto de 2018, o presidente contrariou a opinião de seus pares ao tirar o técnico da URT para levá-lo ao sub-20 do clube.

Os principais aliados do mandatário na ocasião - o ex-diretor de futebol Alexandre Gallo e outros membros do departamento de futebol - não viam a mesma necessidade de buscar o treinador no clube do interior de Minas Gerais.

A boa passagem pela URT, no entanto, havia agradado o mandatário alvinegro. Certo de que o técnico poderia ter um futuro brilhante, o cartola o contratou, mesmo com as ideias contrárias. Não à toa é tido como o "pai de Rodrigo Santana" na Cidade do Galo.

"O pai dele é o presidente Sérgio Sette Câmara, que o buscou na URT, apostou no treinador. Quando cheguei em Belo Horizonte, já tinha detalhes de todos os profissionais do clube. Eu disse ao presidente: 'olha, vamos colocar o Rodrigo, trabalhar com o Rodrigo'. Tinha certeza que daria certo. Ele tem perfil, é treinador que tem uma escola diferente. Não saiu do ar condicionado para o campo, ele era jogador de futebol. Tomara que se torne uma grande alternativa para esses treinadores jovens no Brasil", declarou Rui Costa, diretor de futebol do clube, em entrevista a Milton Neves.

Em oito meses no clube, teve uma oportunidade única: substituir Levir Culpi, demitido no início de abril passado por conta da campanha na fase de grupos da Copa Libertadores.

Há dois meses à frente do time, Santana já comandou a equipe por 17 partidas, com oito vitórias, três empates e seis derrotas. O aproveitamento (52,94%), o trabalho cotidiano e aprovação do grupo fizeram ele se sustentar no cargo, enquanto a diretoria procurava nomes para a vaga deixada por Levir Culpi.

Agora, Rodrigo Santana já não é tratado como interino nos bastidores da Cidade do Galo. A diretoria utiliza o termo apenas para protegê-lo e evitar que a pressão seja ainda maior sobre o técnico.

"De uma coisa, nós não abrimos mão, que é o Rodrigo Santana. Exatamente por isso temos todo o cuidado de dar a ele a exposição necessária que precisa para comandar o Atlético e ao mesmo tempo protegê-lo. Eu fui campeão sul-americano com um treinador interino entre aspas. A forma que a gente tem de proteger um jovem interino é com essa interinidade entre aspas. Vejo no Rodrigo o que via no Roger, via no Tiago Nunes, treinadores que começaram bem", acrescentou Rui Costa em sua entrevista.

A diretoria não confirma, mas o mais provável é que Santana seja confirmado como técnico do clube ao fim da paralisação para a disputa da Copa América.