Tite admite que seleção "sentiu" vaias em SP e revela cobrança em vestiário
Tite admitiu que a seleção brasileira sentiu as vaias no intervalo na estreia da Copa América na vitória por 3 a 0 em cima da Bolívia. Em entrevista coletiva após o jogo, o treinador disse que os jovens foram os que mais ficaram abatidos com a manifestação das 46 mil pessoas que foram ao Morumbi.
O gaúcho ainda revelou que as vaias o obrigaram a executar uma cobrança diferente no vestiário, justamente com receio do efeito que as reclamações das arquibancadas poderiam causar.
"A experiência em clubes de massa me traz isso. Quando o time não está produzindo, não espere do torcedor uma compreensão maior. Eles vão vaiar. Todos os clubes grandes têm essa característica. O time fica trocando a bola para trás e a primeira coisa que vem é uma vaia. Futebol é assim. Nós temos que compreender. Mas, por vezes, a construção passa por troca de passes. Se chegar lá na frente, fizera a tabela, o drible, eles vão aplaudir. Mas se não estão gostando, é do jogo e temos que saber absorver", analisou.
"Claro que (o time sente). O jovem sente, o técnico sente. No intervalo, eu até cobrei. Eu pedi um nível de concentração alto, porque tem que passar por isso, tem que vencer essa adversidade", completou.
A seleção brasileira demorou a engrenar e só conseguiu superar a retranca boliviana após abrir 1 a 0 com gol de Philippe Coutinho em um pênalti apontado pelo VAR. Logo em seguida, a seleção fez 2 a 0 e controlou o resultado até o término do jogo, quando Éverton fez o terceiro.
"Eu acho que o término do primeiro tempo foi com erro excessivo de passe. A marcação da Bolívia baixou e deixou um dos nossos sem utilidade no meio-campo. No intervalo, modificamos o posicionamento, com um jogador mais avançado. E aí começamos a criar volume. Nos primeiros 20 minutos do jogo, a gente foi bem, mas aí entrou a ansiedade e alguns passes errados", analisou o treinador.
"Quando você erra muito, diminui o passe. Se você diminui o passe, você retoma a confiança. E aí você melhora. Se não a torcida vai reclamar. O futebol é um esporte de enfrentamento", finalizou.
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