Em nova posição, Coutinho tenta retomar protagonismo na seleção
Depois de uma temporada ruim no Barcelona e apresentações abaixo do ideal na seleção brasileira, Philippe Coutinho tenta retomar a confiança e o protagonismo sob o comando de Tite. O treinador apostou no meia em uma posição mais centralizada, diferente do que foi na Rússia, em 2018, quando ele atuava na linha de quatro atletas, caindo da ponta para o meio.
"Fico feliz de jogar por ali. É uma posição que gosto mais. Espero poder corresponder da melhor maneira possível", projetou o armador.
Com dois gols na vitória por 3 a 0 em cima da Bolívia, o jogador chegou ao terceiro gol em duas partidas e se consolidou como o homem das bolas paradas. Com a saída de Neymar, ele virou o batedor oficial de pênalti e tem recebido chances para as cobranças de escanteio e falta. Um sinal de que Coutinho assumiu o protagonismo na seleção. Daniel Alves concorda:
"Ele já faz isso há bastante tempo. Ele já assumiu essa responsabilidade. E é um fenômeno. Só precisava de confiança para desempenhar esse papel. E ele sabe que tem nossa confiança e que pode ser nosso protagonista".
O curioso é que Coutinho mostrou versatilidade para se destacar. Contra Honduras, além do gol de pênalti, ele acertou duas vezes a trave adversária em chutes de fora da área. Ele também deu boas invertidas de bola e teve uma atuação mais criativa.
Quando atuava na linha de 4 na formação antiga, o meio-campista ganhava destaque pelos cortes para dentro e chutes na diagonal. Agora, mais centralizado, ele manteve a característica, mas com chutes mais frontais na intermediária.
Ficar mais próximo do camisa 9 também proporcionou ao meio-campista a possibilidade de aparecer dentro da área. Foi assim que ele fez um dos gols contra a Bolívia, ao aparecer dentro da pequena área para cabecear cruzamento de Roberto Firmino. Na estreia, inclusive, sua atuação foi menos criativa e mais incisiva.
A comissão técnica da seleção brasileira identificou que Philippe Coutinho rendia melhor se atuasse centralizado, com Arthur e Casemiro dando a cobertura no meio-campo. Com o entrosamento, a ideia é que o camisa 11 consiga também munir David Neres e Richarlison pelas pontas. Para Tite, a mistura da experiência com a juventude é o ideal para o time encaixar.
"É uma das atenções que tenho. Dar suporte maior aos mais jovens. Que tenham alegria para jogar, que possam se desenvolver. De ter esse respaldo, por isso essa mescla com mais cascudos também. Naturalmente vai aparecer o protagonismo. O jogo vai por vezes apresentar", analisou.
O Brasil desembarcou em Salvador na noite de ontem e, agora, se prepara para enfrentar a Venezuela, na próxima terça-feira. Com três pontos, a seleção fica bem encaminhada para o mata-mata em caso de novo triunfo.
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