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Quais os passos no Cruzeiro após Perrella pedir afastamento da diretoria

Wagner Pires de Sá, presidente do Cruzeiro - © Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
Wagner Pires de Sá, presidente do Cruzeiro Imagem: © Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

16/06/2019 04h00

Zezé Perrella, presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, pediu o afastamento do mandatário Wagner Pires de Sá e seus diretores na manhã de ontem. Porém, para que isso aconteça sem o consentimento da cúpula, é preciso um passo a passo obrigatório nos bastidores.

Conforme apurado pelo UOL Esporte, a mesa-diretora do Conselho Deliberativo, formada por Zezé Perrella e seus pares, se reunirá amanhã pela manhã a fim de conversar sobre a situação que envolve a cúpula cruzeirense. As diretrizes ainda não estão totalmente decididas.

O presidente do Conselho convocará uma reunião extraordinária para os 350 conselheiros até o início de julho com o intuito de votar o afastamento da atual cúpula. Será necessário um edital convocando o grupo.

Para que isso aconteça, é necessária a presença de dois terços (2/3) dos conselheiros - 234 pessoas - no encontro que acontecerá no auditório da sede do Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Se o número for atingido, ainda é preciso 50% dos votos mais um.

Ainda por decisão da mesa-diretora do Conselho Deliberativo, os conselheiros, que têm vínculo empregatício com o clube ou receberam algum montante da atual gestão, estão proibidos de votar. Haverá um sistema que identificará os 18 conselheiros remunerados pela administração de Wagner Pires de Sá e os impedirá inclusive de entrar no salão que acontecerá o pleito.

A alegada crise institucional do Cruzeiro, investigado até pela Polícia Civil de Minas Gerais, é o que motiva a averiguação dos fatos. Há uma comissão de sindicância no próprio clube que já avaliou mais de metade dos documentos, conforme apurado pela reportagem.

Em nota oficial divulgada ontem, o ex-senador citou a multa de Fred ao Atlético-MG, avaliada em R$ 10 milhões, e o documento em que o clube cede direitos econômicos de uma criança, com 11 anos à época, como argumentos para solicitar a saída dos dirigentes de seus respectivos cargos. O documento é endereçado ao presidente Wagner Pires de Sá e seus pares - o vice de futebol Itair Machado e o diretor-geral Sérgio Nonato.