São-paulino, Dani Alves cita Morumbi frio e vê Brasil atrasado no futebol
Aos 36 anos, Dani Alves não tem receio de dizer para qual clube torce: o São Paulo. E talvez com essa ligação de infância possa avaliar com propriedade a reação fria dos torcedores na estreia da seleção brasileira na Copa América, os 3 a 0 sobre a Bolívia na sexta (14), dentro do Morumbi. Muito silêncio e vaias no intervalo, com 0 a 0 no placar, chatearam alguns jogadores.
"Sinceramente eu sou do povo, sempre vou pesar para que o povo esteja no estádio. São coisas que fogem das nossas mãos, não controlamos valores de ingressos, quem vai no jogo. Não sou dono da verdade, falei da minha sensação, de quando a gente joga no Morumbi, no geral, não em São Paulo. De repente porque o estádio fica distante a torcida da gente, na arena [Corinthians] foi um apoio maior. Foi o que senti no momento, sou verdadeiro, desculpem. Até amigos que estavam no jogo tiveram essa sensação também", disse Dani Alves neste domingo (16) já em Salvador, onde na terça (18) o Brasil vai encarar a Venezuela.
O lateral-direito está na seleção brasileira desde outubro de 2006, quase 13 anos portanto. É o mais experiente de um grupo que tenta mesclar alguns jovens a veteranos da Copa do Mundo de 2018 e a tarja de capitão que herdou de Neymar, que não está na Copa América devido a lesão, faz Dani Alves se sentir responsável por cobrar fidelidade da torcida à seleção mesmo tendo predileção maior por seus clubes.
" Futebol aqui [no Brasil] é religião e as pessoas são doutrinadas a seguir seus clubes, não sua seleção. Tipo se tem um jogador de seu time ele gosta, se não levam esse sentimento de não gostar. Podemos respeitar, mas não entender. Não estamos ali representando clubes, estamos representando a seleção brasileira, mas é difícil entrar na cabeça das pessoas", disse Dani Alves.
Claro que Dani concorda que vaias e silêncio também podem estar relacionados a atuações mais difíceis da seleção contra rivais sul-americanos, que evoluíram e, para o lateral, o Brasil não acompanhou em alguns aspectos.
"Acredito que, no geral, o futebol foi evoluindo muito, equipes evoluindo muito. O Brasil ficou um pouco atrás nessa evolução. É uma pena tanto tempo sem fazer uma final de Copa América, mas você vê que a gente oscila muito. Conseguimos fazer grandes Eliminatórias, mas Copa América não. É uma grande chance de se reinventar, melhorar tudo isso para voltar. Continuamos sendo uma das grandes seleções do continente, precisamos voltar a desfrutar desse momento. Com competência, vencer essa competição, voltar a escrever uma história bonita", disse o lateral-direito.
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