Por tri, fé de chilenos em veteranos contrapõe desconfiança sobre Rueda
O grito de bicampeão ecoou pelo entorno do Morumbi horas antes de Chile e Japão entrarem em campo pela Copa América. O ritual era uma prova de que os torcedores chilenos acreditam que os vencedores das últimas duas edições, mesmo em baixa, podem erguer a taça novamente.
Era esse o sentimento que se espalhou pelas ruas próximas ao estádio do São Paulo. Animados, os torcedores do Chile se mostravam esperançosos em relação ao tricampeonato, pois, segundo eles, a seleção manteve a base das campanhas de 2015 e 2016. Muitos deles, porém, disseram que a presença do técnico Reinaldo Rueda é um ponto fraco do time.
"Só os jogadores fazem a gente ter fé. Rueda não conseguiu até agora adaptar o seu estilo de jogo a estes jogadores. Estão jogando os históricos, acreditamos neles. Rueda disse algo: 'vamos recuperar a memória coletiva do Chile'. Disse isso, mas deixou fora o cérebro, que é Marcelo Diaz, e o grande capitão, Claudio Bravo. Viemos pela fé, só pelo que os jogadores históricos podem ter. Não gostamos de Rueda", afirmou Victor Manuel Vidal, contador de Santiago.
"As pessoas não acham que o Chile tenha time para ser campeão, mas todo mundo esquece que ganhamos dois títulos de Copa América. Hoje, já vamos começar a mostrar a nossa força para conquistar o tricampeonato", frisou Ivan Garcia, 28 anos, chileno radicado no Brasil.
Rueda foi criticado, entre outras coisas, por deixar de fora o goleiro Claudio Bravo, um dos jogadores mais importantes das campanhas dos títulos chilenos.
"Bravo é um pilar fundamental para equipe, graças a ele ganhamos duas Copas Américas, com suas defesas, o seu comando, a sua liderança. Realmente foi fundamental para a equipe. Parece que a esta altura, é realmente uma estupidez não ter ele aqui. Rueda tinha que fortalecer e fazer jogar como equipe", disse Carlos Carrasco, contador de Santiago.
Outros torcedores admitiram que um terceiro título seguido do Chile é improvável - o último e único tricampeonato na Copa América foi conquistado pela Argentina, em 1947.
"Os jogadores já não são os mesmos, compreensível que não seja a mesma equipe. Viemos pelo carinho e porque o time é bicampeão", disse Jose Cortez, que vive no Chile e veio ao Brasil para ver a estreia e o segundo jogo chileno.
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