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Torcida baiana quebra frieza, mas incomoda seleção com "olé" e vaias

Público total na Arena Fonte Nova foi superior a 42 mil pessoas para partida entre Brasil e Venezuela - Lucas Figueiredo/CBF
Público total na Arena Fonte Nova foi superior a 42 mil pessoas para partida entre Brasil e Venezuela Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Danilo Lavieri, Gabriel Carneiro, Marcel Rizzo e Pedro Lopes

Do UOL, em Salvador

19/06/2019 04h00

Da mesma maneira que tinha acontecido na primeira rodada da Copa América, a Arena Fonte Nova se mostrou novamente um palco de emoções e participação massiva dos torcedores. Desta vez quem aproveitou o calor das arquibancadas não foi a seleção colombiana, que venceu a Argentina no primeiro jogo da sede, e sim o Brasil, que recebeu a Venezuela diante de mais de 40 mil torcedores (39.622 pagantes e 2.965 que não pagaram, com renda total de R$ 8.734.480,00), e viu o povo se dividir entre incentivo e vaias.

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Para a seleção brasileira, o ambiente foi totalmente diferente do vivido na vitória por 3 a 0 contra a Bolívia, no estádio do Morumbi. A torcida brasileira teve um comportamento discreto em São Paulo, com muitos momentos de silêncio durante o jogo e manifestações mais intensas em dois momentos, no grito homofóbico de "bicha" durante o tiro de meta do boliviano Carlos Lampe e na hora das vaias ao time.

Em Salvador também houve protestos da torcida, mas os momentos de apoio foram muito mais intensos e frequentes. Na saída do intervalo, quando o Brasil diminuiu o ritmo diante da Venezuela, a primeira reação de alguns foi a vaia, mas logo aplausos sobrepuseram, como se fosse uma demonstração de apoio e confiança da torcida baiana. Foi assim também no momento da substituição de Casemiro por Fernandinho, já no segundo tempo.

No restante do jogo, uma série de cantos foi puxada por um grupo organizado localizado atrás do gol defendido por Alisson no primeiro tempo. Alguns empolgaram o restante da torcida, como "mil gols, mil gols, mil gols, só Pelé" e "Brasil olê olê olê", que é o refrão da música que cita os anos do pentacampeonato da seleção. Gritos de "bicha" não foram ouvidos e o clima em geral passou longe da frieza da estreia, com uma torcida emocional e reativa. Houve até coro de "Ah, é Cebolinha" pedindo pela entrada do atacante Everton.

Mesmo com o gremista em campo, a seleção teve dificuldade para entrar na área da Venezuela. O toque de bola sem efetividade irritou os torcedores, que novamente reagiram com vaias. Nos minutos finais, após o gol marcado por Coutinho após jogada de Everton e anulado com interferência do VAR, a ira se transferiu para a arbitragem, com xingamentos pesado, e para a cera do time adversário.

Everton - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
"Ah, é Cebolinha" foi um grito muito entoado no segundo tempo em Salvador
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

No fim, a revolta era geral, inclusive contra a seleção brasileira, que ouviu "olé" durante o toque de bola da Venezuela. Após o jogo houve muitas vaias e, novamente, aplausos e gritos de incentivo para a seleção brasileira na sequência da Copa América. Jogadores até se dirigiram às arquibancadas aplaudindo o apoio do torcedor.

Um elemento que se repetiu tanto no Morumbi quanto na Arena Fonte Nova foi o Hino Nacional cantado à capela pela torcida. No caso de Salvador houve um acréscimo: os torcedores brasileiros aplaudiram o Hino venezuelano, Havia poucos torcedores da seleção "Vinotinto" no estádio.

O próximo jogo na Arena Fonte Nova será sexta-feira, às 20h. Será a vez de Equador e Chile sentirem o calor da Bahia.

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