Tite evita "ousar" e se diz incompetente em trocar volante por meia
Tite admitiu após o empate contra a Venezuela que pretende, ao menos nesse momento, manter a seleção brasileira em uma rotina tática. Traduzindo, não espere que o treinador vá trocar um volante por um atacante em algum momento de adversidade, como quando o jogo contra a Venezuela, terça-feira (18) em Salvador, se encaminhava para um 0 a 0 nada agradável.
"Trabalhar taticamente durante a semana, e manter a rotina do lugar diante das pressões. O atleta reproduz o que é treinado. Gabriel entrou, atuou como segundo atacante. Ele atuou assim no City, tem mais presença de área. Atuou dessa forma para ter essa possibilidade de jogar. Não tenho essa capacidade toda de tirar um volante, botar um meia, achar que vai te resolver como solução mágica. Se não tiver uma rotina, no momento de pressão é ruim. Sou incompetente se for isso", disse Tite.
Na Fonte Nova, Tite fez três alterações: Gabriel Jesus entrou na vaga de Richarlison, na mais ousada das mudanças. Apesar de ser um atacante por outro atacante, Jesus tem sido reserva de Firmino e não opção para uma das pontas. Para essa função o treinador tem Everton, que entrou mais adiante na partida na vaga de David Neres, após pedido em alto e bom som dos torcedores, e Willian, convocado para a vaga do machucado Neymar. O novo camisa 10, porém, não saiu do banco.
No meio de campo, Tite optou por sacar Casemiro, primeiro volante, e colocar Fernandinho, outro volante. Os torcedores não gostaram e vaiaram bastante a opção do técnico, imaginando que ele poderia colocar um jogador mais de frente.
"No primeiro jogo, devido às circunstâncias da lesão do Arthur, fui escalado para fazer uma função mais adiantada, chegando na área. Hoje entrei na função do Casemiro e do meu clube. Para mim acaba sendo igual, sou acostumado às duas posições, acho que não tem problema nenhum", disse Fernandinho, que sobre as vaias se limitou a dizer que fez o melhor pela seleção.
Quando olha para o banco, Tite vê jogadores com características parecidas para o esquema tático que imaginou para essa Copa América, um 4-2-1-3. Por isso, por exemplo, levou quatro volantes (Casemiro, Arthur, Allan e Fernandinho), já que dois sempre estarão em campo.
Para a meia, há Lucas Paquetá, que poderia ter sido uma alternativa interessante para a partida contra a Venezuela para ajudar na criação das jogadas e chegada ao ataque. Só que o ex-flamenguista, na visão de Tite, é reserva de Philippe Coutinho, e só deve ter uma oportunidade caso o camisa 11 deixe o campo, algo que parece improvável que aconteça neste momento a não ser por lesão.
"O atleta não é insensível. Temos que saber trabalhar em cima dessa adversidade. Durante o segundo tempo eu falava para continuar tocando e procurando a melhor opção. É a nossa forma de jogar, não adianta fazer de outro jeito. É o modelo da equipe, característica dos atletas. Equipe é impetuosa, tem que saber trabalhar em cima dessas pressões, é o nosso desafio também", disse o treinador.
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