Como embaixadinha e polêmica de Edilson levaram R10 à C. América há 20 anos
Estava tudo certo para que Edilson fizesse parte do elenco da seleção brasileira para a Copa América de 1999. Mas, na véspera da apresentação marcada para Foz do Iguaçu, no Paraná, o atacante do Corinthians colocou tudo a perder durante a final do Campeonato Paulista, marcada pela batalha campal com jogadores o Palmeiras há exatos 20 anos.
O estopim de toda a confusão foram as embaixadinhas feitas pelo camisa 10 corintiano. A briga generalizada, inevitavelmente, caiu na conta do jogador alvinegro. E o corte da lista da Copa América virou questão de tempo. Vanderlei Luxemburgo comunicou a decisão no dia seguinte à partida e convocou Ronaldinho, que aos 19 anos ainda não levava o "Gaúcho" no nome.
O jovem atleta estreou pela seleção brasileira menos de uma semana depois, como titular, num amistoso contra a Letônia, em Curitiba. Na Copa América, entrou na vaga de Alex durante o primeiro jogo e deixou sua marca: um gol antológico, com direito a chapéu em um zagueiro venezuelano - o Brasil venceu o jogo por 7 a 0, e Ronaldinho virou amuleto da equipe.
Edilson levou bronca pública
Quando Edilson resolveu encenar as embaixadinhas no gramado do Morumbi, o Corinthians tinha acabado de empatar o clássico com o Palmeiras e praticamente colocado a mão no título paulista. A troca de agressões entre os jogadores culminou no término precoce do jogo, pouco depois dos 30 minutos do segundo tempo. Assim, o Corinthians, que havia perdido para o Palmeiras nas quartas de final da Libertadores, sagrou-se campeão.
De imediato, uma série de declarações começou a sinalizar que Edilson poderia ser cortado da seleção. Até mesmo o técnico do Corinthians, Oswaldo Oliveira, fez críticas ao jogador. "A hora não é apropriada para se falar nisso, mas realmente o Edílson errou. Se o jogo continuasse, eu já havia decidido que o tiraria da partida", disse à época.
O volante palmeirense Rogério, por sua vez, disse que o clima na seleção seria afetado pela atitude de Edilson. "Ele vai para a seleção com o Alex, do Palmeiras. Como será a convivência deles lá depois de tudo o que aconteceu na final do Paulista?", questionou.
Luxemburgo, em entrevista coletiva, explicou que o corte acontecera por uma "questão de imagem", pois a seleção teria de servir de exemplo. "A audiência da partida era enorme. Tudo aquilo entrou na casa das pessoas que estavam assistindo ao jogo. Temos que coibir esse tipo de comportamento", afirmou o técnico, que havia deixado o Corinthians meses antes.
Apesar de ter causado a confusão, Edilson considerou injusta a punição, pois, segundo ele, jogadores como Romário e Edmundo já tinham se envolvido em confusões e não perderam vaga na seleção - o corintiano mencionou, em entrevista à Folha de S.Paulo, até a cotovelada de Leonardo na Copa de 1994.
"Não sou santo. Acho que errei, sim, por ter provocado os jogadores do Palmeiras, mas nada justifica a reação deles", disse Edilson, que afirmou ainda que não iria procurar Luxemburgo, tampouco pedir desculpas.
"Estou muito chateado de não ir para a seleção. Justamente agora, que eu ia me projetar, ia ser titular. Passei a noite inteira acordado por causa disso. De repente, no melhor momento da minha carreira, em uma seleção em que eu tinha tudo para estourar, acontece isso", completou.
Edilson continuou em grande fase no Corinthians, mas só voltou à seleção em março de 2000, nove meses depois das embaixadinhas. O atacante foi chamado por Luxemburgo para a vaga de Rivaldo, que estava lesionado. O corintiano entrou no decorrer da partida contra a Colômbia, fora de casa, pelas Eliminatórias da Copa 2002. Pouco mais de dois anos depois, ele fez parte do grupo pentacampeão mundial, com Luiz Felipe Scolari no comando.
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