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São Paulo cutuca rivais com Morumbi na Copa América: "à frente de arenas"

Jogadores do Brasil em jogo contra Bolívia, na abertura da Copa América - Lucas Lima/UOL
Jogadores do Brasil em jogo contra Bolívia, na abertura da Copa América Imagem: Lucas Lima/UOL

Diego Salgado, José Edgar de Matos e José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

20/06/2019 04h00

O São Paulo saciou o desejo de receber outra vez uma competição internacional. Após a vitória da Colômbia sobre o Qatar, ontem à noite, o Morumbi fechou a sua participação na Copa América. No total, o estádio recebeu três partidas, sendo uma a de abertura do torneio, com Brasil e Bolívia. Para o Tricolor paulista, o saldo foi positivo.

"Totalmente favorável para a gente a Copa América no Morumbi. Não dá para falar em problemas. Se computar o retorno de mídia internacional, por exemplo, é um ganho muito grande. Estamos bem contentes. Tivemos uma série de itens modernizados, ficamos à frente de outras arenas que foram feitas há quatro anos. Tudo que era muito importante para modernizar o Morumbi, dentro das condições normais, foi feito. Cada um vê de um jeito. Tem gente que acha que cobrir é modernizar, eu gosto de estádio, eu não gosto de arena. Para mim, é tudo parecido [em arena]", disse Eduardo Rebouças, diretor executivo de infraestrutura do clube.

Para ser palco do evento, o Morumbi precisou passar por algumas obras, ganhou dois telões e uma nova iluminação. O clube não revela o quanto foi investido, mas a reportagem apurou que o São Paulo desembolsou cerca de R$ 10 milhões. A reforma dos vestiários contou com a verba oriunda do patrocínio da Ambev.

"Todas as medidas de maior custo vão serão rateadas de uma maneira inteligente. O patrocínio do telão vai pagar. É claro que temos de dispor de um pouco de dinheiro, mas fizemos tudo muito enxuto", afirmou Eduardo.

"Temos uma iluminação de ponta, que os outros estádios não têm, nosso gramado drena em cinco minutos, o telão e o vestiários foram reformados. Estamos no patamar dos melhores. Nós chegamos na ponta, temos o que é o melhor. O Morumbi entra para o grupo dos maiores estádios do Brasil", completou o dirigente.

Os dois telões foram instalados nas arquibancadas. Durante a partida entre Chile e Japão, uma das peças apresentou problemas em alguns instantes. O equipamento funcionou normalmente ontem, na despedida da competição. "Todas as questões já estão sanadas. Encontramos o problema. Recebemos o equipamento em cima da hora. O telão é de ótima qualidade e checamos tudo", garantiu o dirigente, que vai deixar o Morumbi à disposição do São Paulo a partir de hoje.

Segundo apurou a reportagem, a organização também viu de maneira positiva a passagem da Copa América pelo Morumbi. Mesmo com a necessidade de algumas adaptações serem feitas para os padrões Fifa, tudo aconteceu da maneira esperada. Vale destacar que a cidade de São Paulo ainda receberá três partidas - Brasil contra o Peru, no sábado, um duelo das quartas de final e a disputa do terceiro lugar - todos na Arena Corinthians.

Sonho tricolor

O São Paulo teve o sonho frustrado de receber a Copa do Mundo, em 2014. A partir de outubro de 2007, quando o Brasil fora confirmado como a sede da principal competição do planeta, o clube criou um projeto para modernizar o estádio. Mas o plano tricolor virou pesadelo no dia 1º de setembro de 2010, quando o arquirrival Corinthians anunciou de maneira oficial a construção da Arena.

Antes, a diretoria do São Paulo lutou para colocar as suas ideias em prática e cumprir os requisitos impostos pela Fifa. Projetos brotaram. O renomado arquiteto e designer Ruy Ohtake apresentou a sua peça. Cobertura para a arquibancada, campo mais próximo dos torcedores, novos vestiários, túnel de acesso para os jogadores, estacionamento e novo centro de imprensa estavam entre as obras. O pacote contemplava também uma estação de metrô e uma série de benfeitorias na região.

No entanto, a maior parte dessas promessas só saiu do papel após 2014, e sem qualquer relação com o Mundial. O então todo-poderoso do Comitê Organizador e da CBF, Ricardo Teixeira, deu preferência para a parceria com Andrés Sanchez, do Corinthians, que também tinha o apoio do ex-presidente Lula.