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Chilenos se impõem na Fonte Nova, e torcedor faz até protesto por educação

Gabriel Carneiro

Do UOL, em Salvador

21/06/2019 19h24

Os arredores da Arena Fonte Nova, em Salvador, foram dominados por torcedores do Chile. As camisas vermelhas e os inconfundíveis cantos de "Chi-chi-chi, le-le-le, viva Chile" foram ampla maioria antes de a bola rolar para o jogo contra a seleção do Equador, pela segunda rodada da Copa América. O repórter de uma emissora de televisão equatoriana até tentou fazer uma entrada ao vivo com um grupo de três pessoas vestidas de amarelo, mas rapidamente os chilenos "engoliram" a cena.

A partida de hoje, ao contrário dos embates entre Argentina x Colômbia e Brasil x Venezuela, não teve registro de ingressos esgotados - o primeiro jogo teve 34.950 pagantes e o da seleção brasileira contou com 39.622. Ao UOL Esporte, o COL (Comitê Organizador Local) explicou porque há jogos com ingressos esgotados que não lotam. Não será o caso de Equador x Chile.

Um dos torcedores chilenos presentes na Arena Fonte Nova aproveitou a profusão de transmissões ao vivo de emissoras locais para fazer um protesto de cunho político. Sebastian Barja, ilustrador, confeccionou um cartaz com os dizeres "Aguante los profes, 3 semanas en paro" (algo como: resistam/adiante, professores, três semanas parados). As políticas educacionais do governo de Sebastián Piñera têm gerado protestos, especialmente na capital Santiago, com greve de professores e manifestações de estudantes secundários e universitários.

Sebastian Barja - Gabriel Carneiro/UOL - Gabriel Carneiro/UOL
Imagem: Gabriel Carneiro/UOL

"Houve modificações no currículo do ensino médio. Vão acabar com matérias como história, educação física e artes nos dois últimos anos. Que jovens teremos no Chile nos próximos anos? Por isso é que estou aqui. É um evento que, tenho certeza, todos os empresários e políticos chilenos estarão assistindo", bradou Barja.

O torcedor protestante se posicionou no setor de maior concentração de chilenos na frente da Fonte Nova e procurava entradas ao vivo de repórteres para exibir seu cartaz amarelo na TV. Alguns cinegrafistas se incomodavam, mas a maioria dos chilenos prestou apoio a Barja.