Nova promessa do Grêmio é 100% gaúcho e mantém 'linha de produção'
Ele é volante, tem estatura baixa e distribui passes curtos com precisão. A agilidade casa bem com o estilo de jogo do time e chamou atenção de Renato Gaúcho de cara. Poderia ser Arthur ou Matheus Henrique, mas é Darlan Mendes. O novo herdeiro da fábrica de jogadores que quebrou paradigmas no Grêmio é o primeiro 100% gaúcho - nascido e revelado no Sul. Foi lapidado no futsal e carrega as tradições no dia a dia.
Arthur é natural de Goiânia e chegou ao Grêmio em 2010. Matheus Henrique veio de São Paulo e pegou o bastão do agora camisa 8 do Barcelona. Darlan é o primeiro nativo da linha de produção de volantes técnicos.
Aos 21 anos, Darlan está no Grêmio há quase uma década. No início de 2019, ele virou sensação da pré-temporada pela dinâmica e polivalência. Uma herança com origem clara.
"Eu venho do futsal. Antes do Grêmio, sempre joguei futsal. Isso me ajudou muito a jogar curto, tocar e sair. Dar dinâmica ao time. Isso formou minha essência, com certeza", diz ao UOL. "Meu estilo é posse de bola, jogar no espaço e tempo. Buscar ter a bola sempre", completa.
Essas características encheram os olhos de Alexandre Mendes e Renato Portaluppi, auxiliar técnico e treinador do time principal do Grêmio. A ascensão pegou a maioria dos dirigentes de surpresa e o próprio Darlan.
"No início do ano eu estava no transição, que ia abrir o Gauchão, e a gente fez uns amistosos. O Alexandre acompanhou, observou, às vezes a gente completava uns treinos do profissional e eu fui. Fui bem, a comissão técnica me falou que estava bem e se continuasse assim iria ter mais oportunidades. Quando vi, já estava relacionado", conta.
Darlan chegou ao Grêmio depois de ir bem em uma escolinha na cidade de São Borja, na região oeste do estado. Nos primeiros dias no clube o futuro foi traçado.
"Quando cheguei, cheguei como meia. Meia esquerda, na verdade. No sub-12 do Grêmio me recuaram para volante, isso na primeira semana de Grêmio, e me habituei por ali. Joguei como volante, mas revezava às vezes como camisa 10", lembra Darlan.
Vida no campo
Darlan é filho do Rio Grande. Os pais, naturais de São Borja, criaram o filho perto das tradições e com espaço para enorme influência do avô, seu Romalino. Foi ele quem ensinou o agora volante a andar a cavalo, por exemplo.
"Meu vô criava cavalo. Onde eu morava, todo mundo tinha cavalo. Cada um puxava um telhadinho e fazia cocheira. Cresci por ali, meu vô sempre gostou disso. Ele tinha vaca também, então vivia no meio dos bichos", explica um orgulhoso dono de fotos em cima de equinos.
Seu Romalino já passou dos 90 anos, acompanha a carreira do neto, mas de longe. A vida em Porto Alegre foi designada aos pais de Darlan.
"Ele é homem xucro, não gosta de cidade grande. Diz que em Porto Alegre a gente vive tudo em apartamento, então aqui comigo estão os meus pais", se diverte o volante do Grêmio.
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