Como jogo em Porto Alegre blinda Argentina de pressão na Copa América

A rivalidade entre Brasil e Argentina poderia amplificar a pressão aos "hermanos" no jogo decisivo por uma vaga nas quartas de final da Copa América. Em quase qualquer lugar do país, não em Porto Alegre. Reduto de simpatizantes da seleção de Messi, até mesmo boa parte dos brasileiros presentes no jogo contra o Qatar, domingo, estará do lado azul e branco.

Seja pela proximidade, pelos jogadores argentinos que atuam no Sul, por questões culturais ou simplesmente pela simpatia que têm pelos argentinos, os aficionados gaúchos já se colocaram do lado deles para o jogo.

No treinamento realizado no Beira-Rio, sexta-feira, não eram apenas estrangeiros do lado de fora apoiando a seleção. Mas brasileiros com camisas do Inter, do Grêmio, de clubes do interior gaúcho ou dos Estados vizinhos que aplaudiam Messi, Aguero e companhia.

Sem representatividade no futebol, o Qatar poderia ganhar apoio natural em razão da rivalidade ou por simplesmente serem a seleção mais fraca no confronto. Mas não é o que se desenha na capital gaúcha.

O "abraço" à Argentina contrasta com a situação do time. Sem brilhar até agora, os comandados de Lionel Scaloni não conquistaram uma vitória sequer no torneio.

Pressão pela vitória

Com apenas um ponto, em último na chave, a Argentina precisa vencer. Qualquer outro resultado manteria a condição de lanterna e simbolizaria a volta para casa de forma antecipada. Por isso, o comando técnico preferiu portas fechadas em todos os treinos e manteve mistério. Apenas 15 minutos abertos, durante a realização do aquecimento.

Neste sábado, a Argentina novamente adota protocolo de privacidade e apenas concede a entrevista coletiva de véspera de jogo.

Messi, pressionado para levar seu time adiante, ganhou carinho e apoio de companheiros e torcedores. "Em casa", a exemplo do que houve com o Uruguai, a Argentina tem um cenário positivo para tentar reverter o ambiente negativo gerado pela falta de resultados.